
O FC Porto desloca-se à Amoreira para defrontar o Estoril no jogo da 27.ª jornada da Primeira Liga, este domingo pelas 18 horas. Martín Anselmi esteve presente na conferência de imprensa de antevisão à partida.
Análise ao adversário: "Vamos enfrentar uma equipa que tem estado muito bem em 2025. Só perdeu um jogo contra o Sporting. É uma equipa forte em casa, que defende bem, juntos, sabem quando saltar à pressão. Quando têm bola, também sabem atacar. Têm jogadores de qualidade, o médio do mês pela segunda vez consecutiva. É um grande desafio para nós, um bom cenário e vamos enfrentar um rival muito bom".
Garantia de que Anselmi fica para a próxima temporada: "A primeira vez que eu e o presidente falámos, senti logo o apoio. Sempre soube do projeto que queríamos construir juntos e sempre soube que teria todo o apoio, não só do André mas de toda a gente no FC Porto. Falamos diariamente, semanalmente, onde estipulamos o caminho que queremos percorrer. Sabemos que FC Porto queremos construir. Não queremos um FC Porto de hoje, queremos um FC Porto de sempre. Não queremos só resolver os problemas de hoje. Na Argentina dizemos 'pão para hoje, fome para amanhã'. Mas queremos resolver o hoje e o amanhã. Claro que percebemos que isto leva tempo, que é um trabalho, um processo. Mas o facto de o presidente o manifestar publicamente torna a mensagem mais forte para todos. Estou muito feliz por estar no FC Porto, pela forma como as pessoas trabalham, e pela ambição que há aqui. E isso reafirma tudo o que já sabemos. Agora temos de preparar-nos para o que aí vem, e começar a fazer o que tanto queremos".
Duas semanas sem jogos são uma espécie de pré-época: "São especiais. Tivemos muitos jogadores nas seleções, mas também há algum descanso. Acumulou-se muito tempo sem descanso, e agora decidimos dar algum aos jogadores. Então, acaba por ser como qualquer outra, mas sem jogos aos fins-de-semana. Trabalhámos conceitos com os que ficaram cá, coisas mais específicas. E isso é sempre bom. Mas também gostamos de competir, de dar continuidade ao que temos feito. Mas é bom que os jogadores que foram às seleções tenham competido. Respira-se um ambiente lindo, alegria. Treinámos com vontade e é muito bom quando essas coisas acontecem".
Timing da paragem para seleções: "Foi o que disse na resposta anterior. Há contextos e contextos. Em alguns casos, é bom parar caso haja jogadores lesionados ou caso seja preciso trabalhar algumas coisas. No nosso caso, juntando duas ou três semanas, e tendo em conta a maneira como competimos nesse fim-de-semana, teria preferido continuar. Mas não é determinante. Aproveitámos também este tempo".
O que era mais importante trabalhar na pausa. Ausência de avançados: "Aproveitámos para trabalhar algumas coisas com a linha defensiva, mas faltava o Eustáquio. Mas sim, houve algumas coisas específicas. Onde queremos ter os jogadores quando os adversários cruzam, como queremos defender as diagonais, as distâncias entre os jogadores... São coisas que ajudam muito. Para mim, a fase defensiva é muito importante. Acredito que, se defendermos bem, vamos controlar bem o jogo. E depois, com bola, o rival não pode causar danos. Se formos rápidos na bola, o rival fica frustrado. Mas a parte defensiva de uma equipa dá muito trabalho porque acredito que é algo que podemos controlar bastante bem de alguma forma. Na parte ofensiva, depende sempre de como o rival defende. Na defesa, é preciso ver se queremos juntar-nos num bloco, se queremos pressionar alto. Isso somos nós que decidimos e, quando está bem trabalhado, funciona bem dentro de campo. Depois, claro que o futebol é imprevisível, acontecem coisas que não controlamos. Mas dentro do possível, gosto de trabalhar tudo isso. Tendo em conta, claro, que os nossos avançados estavam nas seleções. Gül e Namaso? Claro que é importante recebê-los depois de se estrearem. Foram novas experiências. E, para qualquer jogadores, vestir a camisola da seleção é um máximo [na carreira]. O Deniz estava muito feliz, conseguiu estar com a família também. Vimos isso com o Deniz, com o Samu... São poucos os privilegiados que podem ser chamados à seleção espanhola. São aprendizagens novas, aprenderam conceitos que eu também não posso dar. Quando se encontram com grandes jogadores, claro que trazem sempre aprendizagens para o clube".
Estado de espírito de Samu: "Vejo-o feliz. Pelo menos era o que estava nas redes sociais... Estava contente. Espero que continue assim até ao final da época, é isso que espero. Porque é assim que o vejo neste momento. Desfruta do dia-a-dia e isso é o mais importante. É isso que o vai fazer atingir os seus objetivos profissionais. No final de contas, acho que está a sair-se muito bem. Marcar ou não marcar é o que é, o importante é o resultado. Se marca faz o grande jogo, se não marca é porque não fez? Desde que sou treinador do FC Porto, o último jogo do Samu foi o melhor que ele fez. Claro que os avançados querem fazer golos, e assim está muito perto de os fazer".
Mensagem de Villas-Boas sobre rendimento e tranquilidade de Marcano: "Começo pela segunda pergunta. O Marcano é um jogador muito experiente, com muitos jogos. Pode dar-nos muito disso. E claro que, à medida que a equipa vai trabalhando, vai evoluindo. Além de jogar contra o Estoril, jogamos contra nós mesmos. Temos de ser melhores. A minha essência como treinador é fazer com que o jogador seja melhor e vice-versa. Que me exija ser melhor treinador. Se não achasse que tinha margem para melhorar, estaria a cometer um grande erro. Gosto da exigência dos jogadores, dos rivais, dos treinadores adversários. No final das contas, quando há essa exigência, é porque é preciso melhorar. E nós queremos ser melhores. No jogo contra o AVS, vencemos o AVS e vencemo-nos a nós. Queremos bater o rival e melhorar. Às vezes essas melhorias são impercetíveis, coisas pequenas. Que um jogador, sempre que recebe a bola, consiga logo virar-se para um lado ou para o outro. A maneira como se recebe a bola, como se passa, qual é o momento de atacar, cruzar, recuar, avançar. São detalhes que, à vista, são difíceis de observar. Mas que estão sempre a ser trabalhados. Um detalhe, mais um detalhe, faz com que o coletivo melhore muitíssimo. E é isso que procuramos, continuar neste caminho. É só isso que podemos controlar".
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