"Temos, de facto, um condicionalismo do ponto de vista das horas, pois os operadores que compram os direitos sabem que é onde potenciam maiores assistências na televisão", disse Miguel Bento, durante a conferência "Sports Marketing", que teve lugar no Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM).
O responsável pelo marketing "encarnado" referiu que é preciso "dar a volta" à actual situação, que "dificulta que uma pessoa de Trás-os-Montes ou do Algarve venha ver jogos do Benfica", mas alertou para o facto de ser algo que também se passa fora de Portugal.
"Os direitos televisivos são lei em todo o mundo, até em competições em que se joga à uma da tarde. Na Liga inglesa joga-se à uma da tarde por causa do mercado do Oriente, porque esse mercado paga para ter acesso aos jogos da Liga inglesa", exemplificou.
No entanto, Miguel Bento aponta "os valores de direitos televisivos" como a única "realidade que difere dos outros", pois os valores praticados em Portugal correspondem a cerca de cinco vezes menos do que se pratica no estrangeiro.
"O valor de direitos televisivos ao nível europeu tem um rácio entre os 35 e os 40 por cento das receitas dos clubes. No caso do Benfica são 7,5. Se o Benfica crescesse de 7,5 para os 40 eu diria que, com este plantel, não teria prejuízos económicos. Já que temos de ser condicionados [pelos horários], poderíamos ser compensados", realçou.
O director de marketing das "águias" disse mesmo que "o Benfica poderia elevar a qualidade do seu plantel, para conseguir ser mais consistente quer do ponto de vista desportivo em Portugal, quer dos novos desafios, que é ganhar na Europa".
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