O Conselho Fiscal (CF) do Vitória de Guimarães revelou esta segunda-feira que o passivo aumentou de 15 para 19 milhões de euros e que o momento que o clube da Liga portuguesa de futebol vive «é profundamente grave».
Num comunicado enviado à agência Lusa, o CF vitoriano começa por recordar que em outubro de 2011, ao apreciar as contas da gerência da época desportiva 2010/11, «expressou claramente que os proveitos obtidos em vendas de jogadores, em valor superior a um dado patamar, deveriam ser afetos à redução do passivo com a consequente diminuição dos encargos da dívida», além de recomendar uma aposta nos jogadores da formação.
Entretanto, os sócios do Vitória de Guimarães chumbaram o relatório e contas de 2010/11 numa Assembleia-Geral em outubro e o CF, presidido por Amaro Costa e Silva, pediu à direção, no final de dezembro de 2011, «todos os dados da execução financeira do primeiro semestre da corrente época» para analisar «a sua correspondência com as recomendações anteriormente apresentadas e com os apelos expressos» na dita AG pelos sócios, o que só aconteceu há poucos dias.
O CF constatou «o não cumprimento do orçamento aprovado e um agravamento significativo da situação financeira, resultante de uma expansão de custos com os salários do futebol profissional, em relação ao primeiro semestre da época 2010/11, que subiram de 3,2 milhões para 4,7 milhões».
Acresce a isto o facto de as receitas de cedência de direitos desportivos terem diminuído «fortemente em relação ao semestre correspondente anterior, de 5,3 milhões para 1,5 milhões, provocando uma subida do passivo exigível de 15 milhões para mais de 19 milhões».
Consequência direta disso são «os atrasos nos pagamentos de salários que podem permitir desvinculações unilaterais de jogadores com contrato, e a existência de dívidas fiscais que podem por em risco a participação nas competições profissionais de futebol».
Perante o cenário, e porque «não ignora que há no seio dos associados do Vitória movimentos no sentido da substituição dos atuais órgãos sociais», os membros do CF «manifestam toda a disponibilidade para terminarem neste momento o exercício do seu mandato», mas não apresentam o pedido de demissão «porque na situação presente o caminho mais fácil seria a fuga e a desresponsabilização pelo sucedido».
Frisando que «o momento atual do Vitória é profundamente grave», o CF termina apelando a «uma grande unidade, um grande sentimento de responsabilidade» para que o Vitória «vença mais este desafio, como sucedeu em outros momentos difíceis da sua história de quase 90 anos».
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