O avançado Pedro Soares equacionou hoje fazer uma tatuagem para eternizar a estreia na I Liga de futebol pelo Desportivo das Aves, na quinta-feira, num “momento único” atenuado pela derrota na deslocação ao Tondela.
“Quando entrei em campo, foi um sonho realizado. A primeira vez é sempre a primeira vez: a adrenalina está em nós e a vontade de fazer tudo bem é sempre diferente dos jogos seguintes. É um momento que vou recordar para o resto da vida e até sou capaz de fazer uma tatuagem”, admitiu o dianteiro, numa conversa promovida pelos nortenhos.
Pedro Soares, de 21 anos, aproveitou a medida temporária das cinco substituições para render o médio Rúben Oliveira, aos 82 minutos da derrota com os ‘beirões’ (2-0), da 26.ª jornada, que ditou o quinto desaire seguido e o sétimo jogo sem vencer da formação de Nuno Manta Santos, cada vez mais próxima de consumar a despromoção à II Liga.
“O treinador pôs-me à vontade. Disse o que tinha de fazer dentro de campo e eu tentei fazer o melhor que pude. Depois da estreia, queremos sempre mais. Queremos sempre alcançar outros feitos e eu não sou exceção. Quero jogar mais vezes, vou trabalhar para isso e vou tentar merecer a confiança do treinador para os próximos jogos”, afiançou.
Com formação repartida entre Penafiel, Palmeiras, Sporting de Braga e Leixões, Pedro Soares transitou esta temporada da equipa sub-23 do Benfica para o conjunto da Vila das Aves, onde apontou três golos em 31 desafios até ao cancelamento da Liga Revelação em 08 de abril, devido à pandemia de covid-19.
“Os seniores foram cinco estrelas. São pessoas espetaculares, trabalhadoras, que me integraram bem no grupo e estou muito feliz por aqui estar. Todos os jogadores gostam de fazer golos. É o momento mais importante do jogo e eu não fujo à regra. Um avançado vive de golos, gosta de golos e agora ainda mais motivado estou”, concluiu.
O avançado natural de Penafiel tornou-se o 41.º futebolista a ser utilizado nesta edição do campeonato pelo Desportivo das Aves, que prepara a receção ao líder FC Porto ciente da indisponibilidade do defesa Ricardo Mangas, expulso em Tondela, e do avançado chadiano Marius Mouandilmadji, que está cedido pelos ‘dragões’.
O jogador que acusou positivo ao novo coronavírus em 30 maio, cuja identidade foi preservada pelo clube, cumpriu duas semanas de isolamento e aguarda por indicação dos nortenhos até à próxima bateria obrigatória de despistagem, que será realizada na segunda-feira, ao abrigo do protocolo estabelecido para o reinício do campeonato.
Os avenses têm atravessado uma série de contrariedades desportivas, diretivas e financeiras e voltaram a falhar na terça-feira a obrigação de demonstrar a inexistência de dívidas salariais a jogadores e treinadores nos meses de março e abril junto da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que remeteu o processo para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, tal como tinha sucedido em 03 de abril.
A SAD liderada pelo chinês Wei Zhao justificou o incumprimento entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020 com a paralisação da atividade económica na China, motivada pela pandemia de covid-19, mas assistiu às rescisões unilaterais do guarda-redes francês Quentin Beunardeau e do avançado brasileiro Welinton Júnior, numa reincidência que pode significar cinco a oito pontos de penalização na luta pela manutenção na I Liga.
O Desportivo das Aves, 18.º e último classificado, com 13 pontos, 12 abaixo da zona de salvação, recebe o FC Porto, na liderança isolada, com 63, mais dois que o campeão nacional Benfica, na terça-feira, às 21:15, no Estádio do CD Aves, em encontro da 27.ª jornada, com arbitragem de Carlos Xistra, da associação de Castelo Branco.
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