Pinto da Costa continua a ser uma das vozes que mais se faz ouvir contra as regras e critérios da Direção Geral de Saúde. O presidente do FC Porto lembra a realização de outros eventos, com público, para colocar António Costa em ponto de mira.
"Incompreensivelmente, voltámos a jogar a à porta fechada frente ao Marselha. A UEFA autorizava que fosse ocupada 30% da lotação do estádio nesse jogo, mas a DGS contentou-se com 0%. Esta decisão é completamente absurda se compararmos com o que acontece noutras realidades. Sabemos que no verão houve público em touradas, comícios políticos, espetáculos de música e de comédia, alguns até com o Presidente da República e o primeiro-ministro na plateia. Sabemos que há pouco tempo houve uma corrida de Fórmula 1 no Algarve com 27.500 pessoas a assistir", começa por referir o líder portista no editorial da mais recente edição da revista Dragões, dando o exemplo concreto da cidade do Porto:
"O mais inaceitável, o maior exemplo da discriminação dedicada ao futebol, foi o que se passou no Porto, a mesma cidade onde não pôde haver público no jogo com o Marselha, dias depois desse encontro. Na Super Bock Arena - que, ao contrário do Estádio do Dragão, é um espaço fechado -, houve espetáculos do Paulo Gonzo, da Áurea e do Fernando Rocha com 40% da lotação, um deles no mesmo domingo soalheiro em que o FC Porto recebeu o Portimonense com as bancadas vazias", acrescenta.
Pinto da Costa refere mesmo que existem "posições oscilantes, incompreensíveis e perigosas", apontando a Graça Freitas, diretora geral da Saúde, e António Costa.
"Ninguém é capaz de compreender que depois de tantas experiências com resultados positivos em vários estádios de futebol - recintos abertos com as melhores condições possíveis -, se persista numa política que conduz à asfixia dos clubes e que é limitativa dos direitos dos adeptos. (...) Isto só é possível porque, na origem destas posições, está alguém que em janeiro afirmava que 'não há grande probabilidade de chegar um vírus destes a Portugal" e que em março dizia às pessoas que não valia a pena usarem máscara, porque transmitia uma 'falsa sensação de segurança'. (...) Isto só é possível porque o primeiro-ministro continua a ser a única pessoa que leva a sério quem tem estas posições oscilantes, incompreensíveis e perigosas", rematou.
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