Pinto da Costa foi um dos oradores presentes do XIII Congresso Nacional de Cirurgia Ambulatória, que decorre na Fábrica Santo Thyrso até este sábado.

Liderança

"Quem tiver a obrigação de liderar, seja o que for, tem de ter os seus princípios e fazê-lo com naturalidade e não estar preocupado com os compêndios. Eu, que há 41 anos lidero o FC Porto, nunca li nada sobre liderança e nem me preocupei com isso. Tenho os meus princípios, sigo-os e é o mais simples e natural."

Lidar com vitórias ou derrotas?

"É igual. Considero que para se respeitar um líder tem de se sentir que o líder cumpre tudo o que exige dos outros. Não posso exigir que trabalhem 'x hora, ao sábado e ao domingo ou quando preciso, se eu não o fizer. As pessoas têm de sentir, quando fazem algum sacrfício, que o seu líder também o faz diariamente. Tenho fama de ser o primeiro a entrar e o último sair do Dragão, às vezes isso não acontece. Se não o fizer, não tinha moral. Nunca exigi nada a ninguém, mas apenas que façam o mesmo que eu. É traçar um projeto e segui-lo sem medo de recuar.

Sobre redes sociais

"Há uma coisa fundamental na minha liderança: não tenho redes sociais, não leio nada, podem chamar-me camelo que não me afeta nada. Ninguém me desvia do meu caminho. Se tiver um colaborador que tem a minha confiança e nas redes sociais ou jornais falam mal dele, não lhe vou retirar a confiança por causa disso. Vão no projeto até ao fim. Penso que tem sido a forma como eu consigo, ao fim de 41 anos, ter apoio para liderar o FC Porto. Não houve nenhum revolução, sou presidente ao fim de 15 atos eleitorais."

Paixão pelo FC Porto

"Não havia nenhuma razão para ter dedicado a minha vida ao FC Porto. Foi só por coração."

Sobre o irmão professor Pinto da Costa: "O meu irmão estava mal e um dia, em outubro, fui visitá-lo. A mulher aproveitou para ir às compras e eu disse-lhe, 'ó Zé este ano vou passar o Natal contigo'. Ele tinha uma casa nos Arcos de Valdevez, que era a sua paixão. Ele disse que eu não ia. 'Mas porquê?, perguntei. 'Porque eu vou morrer até ao dia 15 de dezembro'. E eu: 'Mas, agora marca-se a data ou vais-te matar?' Ele disse que conhecia o seu estado e que ia morrer até essa data. Morreu no dia 8 de dezembro. 'Sabes Jorge, não nos podemos queixar, se perguntares a qualquer jovem de 18 ou 20 anos se quer assinar um contrato que dura até aos 80, não há ninguém que não assine. E nós já passamos os 80, fizemos a vida que quisemos. Não compreendo a tua opção pelo FC Porto e tu não compreendes a minha pelos mortos, mas ambos tivemos a vida que quisemos e não nos podemos queixar. Tenho a noção de que podia ter feito muitas coisas, mas foi opção minha. Os mais de dois mil títulos conquistados só são importantes para mim como portista, como é para o senhor ministro [Manuel Pizarro, estava na plateia]. Digo aos jogadores que se ganharem, vão tornar gente infeliz em muito feliz. Essa é uma das razões pelas quais me tenho mantido."