O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, disse hoje que o líder do Benfica, Rui Costa, é delfim do seu antecessor Luís Filipe Vieira, após nova participação feita pelos ‘encarnados’ a envolver os ‘dragões’.
“Para mim, [o processo] não representa nada nem admira, até porque não nos podemos esquecer que o presidente do Benfica foi o delfim de Luís Filipe Vieira. Conheço-o desde esse tempo de Vieira, que sempre o apresentou como o seu delfim e sucessor, e está a manter uma certa escola que era também desses tempos do Benfica. É natural que cada um siga o seu mestre”, atirou aos jornalistas, à margem da cerimónia de renovação do defesa e capitão Pepe, que prolongou contrato por mais uma época, até junho de 2024.
O Benfica comunicou na sexta-feira ter feito uma participação no Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), frisando que as declarações prestadas dois dias antes pelo líder portista “visam condicionar as arbitragens” até ao fim da I Liga.
No habitual editorial da revista ‘Dragões’, Pinto da Costa mostrou crença na revalidação do título, “desde que em todos os jogos impere a verdade desportiva, o que nem sempre aconteceu este ano”, numa altura em que o FC Porto segue no segundo posto, com 70 pontos, a um do líder Benfica, que recebe hoje o Estoril Praia, em duelo da 29.ª jornada.
“Voltava a escrever o mesmo editorial com toda a naturalidade e sem medo nenhum de castigos. Repito: quem tem uma escola que o tenha orientado de certa forma é que pode considerar aquilo ofensivo. Não tem significado extra, porque [Rui Costa] nunca foi meu colega como jogador. Nos tempos em que eu jogava no Infesta ele ainda não existia. Foi jogador a outro nível, mas tive mais contacto no tempo em que era delfim e herdeiro do legado de Vieira. Não fico nada admirado”, acrescentou hoje o presidente dos ‘dragões’.
Na quinta-feira, o CD da FPF confirmou ter aberto processos disciplinares à SAD do FC Porto, ao administrador Vítor Baia e ao treinador Sérgio Conceição, tendo em conta as participações apresentadas pelo Benfica e pelo Conselho de Arbitragem (CA) federativo.
Em 14 de abril, em plena antevisão da receção do FC Porto ao lanterna-vermelha Santa Clara, da 28.ª ronda do campeonato, que os ‘azuis e brancos’ venceram por 2-1, Sérgio Conceição tinha referido que “não pode haver dois pesos e duas medidas” por parte das equipas de arbitragem nas partidas que envolvam os dois primeiros colocados da prova.
Vítor Baía, antigo futebolista e atual administrador da SAD e vice-presidente dos ‘azuis e brancos’, pediu nesse mesmo dia que “não se repitam erros que influenciam resultados”.
“Naturalmente, erros sempre houve e aquilo que digo no editorial é fazer votos para que não haja erros que influenciem resultados, como já houve este ano e toda a gente sabe. Eu não disse que houve erros de propósito, nem erros por desonestidade. Existem erros, porque errar é humano. Agora, sabem muito bem que houve erros. Nem preciso de falar no Vitória de Guimarães-Benfica [0-0, na oitava ronda] ou no Vizela-Benfica [vitória dos ‘encarnados’ por 0-2, na 22.ª]. São erros”, reconheceu hoje Jorge Nuno Pinto da Costa.
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