Miguel Poiares Maduro, antigo presidente do Comité de Governação da FIFA e assumido adepto do Sporting, manifestou hoje a expectativa de um futuro mais tranquilo para o clube após a expulsão de sócio de Bruno de Carvalho.
“Espero que seja o fecho de um ciclo que permita aos sportinguistas concentrarem-se no mais importante, que é o Sporting e não o Bruno de Carvalho. O clube é dos sócios e não de um presidente. Espero que isso ajude todos a virar o seu foco para o clube. Continuamos a ser um clube com enormes constrangimentos financeiros e fragilidades ao nível da gestão profissional do clube”, afirmou.
Em declarações à margem de um almoço do International Club, em Lisboa, no qual foi o orador convidado, o antigo ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional no governo liderado por Passos Coelho reiterou a sua concordância com a decisão de afastar o ex-líder dos ‘leões’, considerando-a “inevitável”, mas não deixou de expressar tristeza pela situação.
“Essa expulsão é consequência das ações do próprio ex-presidente do Sporting. Entristece-me imenso que um sócio do Sporting – e alguém que eu acho que era genuinamente apaixonado pelo clube – tenha de sair. Mas o comportamento que ele teve, em particular em termos de violação grosseira dos estatutos para se tentar manter no poder, foi aquilo que justificou a expulsão. É por isso que eu era favorável à expulsão, com muita pena minha”.
Por outro lado, Miguel Poiares Maduro voltou a dar o benefício da dúvida à presidência de Frederico Varandas, lembrando que as conquistas da Taça da Liga e da Taça de Portugal na última temporada foram “muito positivas” e criaram um “contexto favorável”. Todavia, o antigo ministro frisou que o clube tem muito trabalho pela frente.
“É cedo ainda para ver em que é que vai dar a estratégia da atual liderança. Vejo boa vontade neles. Há decisões que suscitam mais dúvidas, mas penso que há muita expectativa relativamente ainda ao que falta fazer. Há muito para fazer no clube em termos de gestão profissional e de capacidade desportiva que o clube tem de conseguir gerar num contexto em que tem menos recursos financeiros do que os seus competidores”, observou.
Nesse sentido, o antigo dirigente da FIFA – saiu em 2017 – assumiu que o Sporting parte “em desvantagem” face aos rivais FC Porto e Benfica, apesar de enfatizar o sentimento de esperança para a nova época.
“Gostaria de esperar uma época positiva e, como é comum a todos os adeptos do Sporting, nós esperamos sempre uma época positiva, ainda que tudo pareça indicar que não vai ser. Já no ano passado tinha esperança de ganhar o campeonato. Não estamos ainda ao nível dos outros clubes na gestão desportiva e na gestão financeira. Nesta fase, o que posso fazer para potenciar as chances do meu clube ganhar é apoiar a equipa. E é isso que vou fazer”, sentenciou.
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