Os árbitros de futebol da primeira categoria estão a ponderar «uma posição firme» em resposta aos processos disciplinares instaurados a João Ferreira e Paulo Baptista pela Comissão Disciplinar (CD) da Liga de Clubes, revelou à Lusa fonte da arbitragem.
«Há um sentimento de indignação entre os árbitros que têm mantido conversas através de ‘e-mail’, telefone e troca de correspondência no sentido tomar uma posição firme e coletiva, em reação aos processos disciplinares», disse à agência Lusa a fonte da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF).
Questionada sobre as medidas que estão a ser equacionadas e ponderadas pelos árbitros, a mesma fonte recusou, para já, antecipar possíveis cenários, admitindo que «está tudo em aberto».
Os árbitros João Ferreira e Paulo Batista foram alvo de dois processos disciplinares por se terem recusado a apitar o jogo entre o Beira-Mar e o Sporting, da segunda jornada da Liga.
A Comissão Disciplinar (CD) da Liga notificou os dois árbitros, na segunda-feira, na sequência do inquérito disciplinar instaurado a 23 de agosto.
Segundo fonte da Liga, a CD terá encontrado razões para acusar João Ferreira de incumprimento da nomeação, conforme o artigo 158.º do Regulamento Disciplinar, que prevê entre um a oito jogos de suspensão, caso se prove a acusação.
João Ferreira solicitou um pedido de escusa à Comissão de Arbitragem nas vésperas do jogo, que se realizou a 21 de agosto.
Quanto a Paulo Batista, segundo a mesma fonte, terá sido acusado de falta injustificada à nomeação, incorrendo numa suspensão entre dois a cinco jogos, conforme o artigo 156.º do mesmo regulamento.
A recusa dos dois árbitros foi justificada, na altura, como reação às declarações do presidente do Sporting, Godinho Lopes, que criticou fortemente a atuação do árbitro Carlos Xistra durante o jogo dos “leões” com o Olhanense, da primeira jornada, que terminou empatado a um golo.
A partida entre Sporting e Beira-Mar acabou por ser arbitrada por Idalécio Martins, da Associação de Futebol de Aveiro, árbitro recrutado na bancada, conforme os regulamentos da competição.
O inquérito disciplinar instaurado após o incidente no Beira Mar-Sporting abrangeu também as declarações do presidente leonino, que afirmou «não tolerar a falta de isenção demonstrada em jogos do Sporting» e pediu «o fim dos erros sistemáticos».
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