O presidente da Associação Portuguesa dos Árbitros de Futebol (APAF), Gustavo Sousa, mostrou-se esta quarta-feira favorável à profissionalização dos árbitros «o mais rápido possível», embora reconheça que é necessário encontrar o regime «ideal» para o seu enquadramento.
O dirigente associativo, que participou na apresentação e discussão do relatório do grupo de trabalho sobre profissionalização dos árbitros, em Coimbra, considerou existirem situações que não se adaptam às questões que o profissionalismo requer.
«Há árbitros que não lhes interessa estar num regime profissional a 100 por cento, porque se atingem os 30 anos sem saber se vão chegar a árbitros internacionais ou à primeira categoria não vão perder outras profissões», sublinhou Gustavo Sousa.
O presidente da APAF defende a profissionalização «o mais rápido possível», embora afirme que não existe, para já, nada de concreto.
Também o vice-presidente da Confederação das Associações de Juízes e Árbitros de Portugal, Hugo Virgílio, defendeu a profissionalização do setor, apesar das «dúvidas quanto ao tipo de contrato de trabalho a efetuar» com os árbitros.
O coordenador do relatório do grupo de trabalho sobre profissionalização dos árbitros, João Leal Amado, defendeu hoje, em Coimbra, a profissionalização da arbitragem, através de um regime de contratos de trabalho, considerando que, neste momento, só o futebol tem condições para avançar para esse patamar.
No final, o secretário de Estado do Desporto, que presidiu à sessão, garantiu que o Governo só irá avançar com legislação sobre a profissionalização dos árbitros quando houver consensos entre o movimento associativo nos aspetos fundamentais.
«Apenas existe consenso que deve haver lugar à profissionalização da arbitragem, mas não existe consenso se deve ser o Estado a fazê-lo ou se deve ser o movimento associativo, se deve ser já ou daqui a alguns anos, qual a natureza dessa relação, se deve ser um contrato de trabalho ou um contrato de prestação de serviços», disse Alexandre Mestre.
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