“É um homem de grandes qualidades profissionais. Sempre apreciei a sua seriedade. É um homem em que se pode confiar”, testemunhou na audiência de hoje Rui Alarcão, que desempenhou durante vários mandatos o cargo de reitor da Universidade de Coimbra e pertenceu ao Conselho de Estado.
Este professor de direito civil, que também foi membro do Conselho Académico da Académica, acrescentou ainda que José Eduardo Simões “fez obra notável”, nomeadamente com a construção de um centro de estágio para o clube.
Questionado pelo Procurador da República, Rui Alarcão disse que nunca viu qualquer incompatibilidade legal entre as funções que José Eduardo Simões acumulava, de director municipal da Administração do Território (DMAT) e de presidente do clube.
“A mim não me parecia evidente essa incompatibilidade”, frisou, reconhecendo “algum risco pela proximidade”, e que houve quem considerasse existir essa incompatibilidade substancialmente.
António Pinto Monteiro, professor catedrático da Faculdade de Direito de Coimbra, disse ter privado com José Eduardo Simões como vizinho, ao longo de quinze anos, e dele ter a melhor impressão.
“Sempre o tive como uma pessoa séria, honrada, leal, honesta, afável e de trato superior”, declarou o irmão do actual Procurador Geral da República.
Pinto Monteiro, quando questionado pelo Procurador da República, disse desconhecer o modo como José Eduardo Simões geria as funções de diretor do urbanismo na Câmara de Coimbra.
Sá Furtado, professor catedrático jubilado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, que testemunhou também a favor do arguido, disse conhecê-lo “desde pequenino”, por haver entre ambos uma relação de parentesco, de primos por afinidade.
“É um homem respeitado. Sempre ouvi as melhores referências. Da forma como se tem comportado ao longo da vida, é uma boa pessoa, séria e honrada”, sublinhou aquele professor, frisando que José Eduardo Simões também foi seu colega docente no Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra.
O antigo presidente do Tribunal Constitucional, Cardoso da Costa, que fazia parte do grupo de testemunha para hoje, comparecerá num próxima sessão, em data a indicar.
José Eduardo Simões está a ser julgado pela prática de uma dezena de crimes, por alegadamente ter utilizado as funções de DMAT da Câmara de Coimbra, entre 2003 e finais de 2005, para receber donativos de construtores civis para a Académica.
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