O plantel do Boavista tem tentado abstrair-se da atuação no mercado de transferências de inverno da SAD, que está impedida pela FIFA de registar novos futebolistas pela terceira janela seguida, garantiu hoje o treinador Ricardo Paiva.
“Deixamos completamente de lado as questões sobre entradas ou saídas. Não fazemos desse um tema diário nas conversas entre equipa técnica e administração. Olhamos de maneira muita objetiva para o que temos à nossa frente, tentando valorizar os ativos do clube e deixando qualquer eventual acontecimento nas mãos de quem decide e de quem manda, sem que isso nos acarrete uma preocupação adicional”, sublinhou o técnico em conferência de imprensa, na véspera da deslocação ao Vizela, da 17.ª jornada da I Liga.
De acordo com a plataforma digital lançada na quinta-feira pelo organismo regulador do futebol mundial, que sinaliza os clubes impossibilitados de registar novos atletas, deram entrada 25 processos contra os portuenses entre outubro de 2022 e dezembro de 2023.
O presidente do Boavista, Vítor Murta, já expressou abertura para negociar ativos, com a inscrição de reforços na atual janela de inverno a depender da regularização de dívidas pela SAD, que regularizou recentemente dois meses de ordenados em atraso ao plantel.
As ‘panteras’ não ganham há mais de três meses na I Liga, mas procuram aproveitar em Vizela o fulgor anímico concedido pelo empate na receção ao ‘vizinho’ FC Porto (1-1), da 16.ª ronda, para ampliarem os atuais quatro pontos de avanço sobre a zona de descida.
“Os atletas percebem essa questão pontual, mas tentamos deixá-la para segundo plano, não desfocando o trabalho diário e semanal dos nossos objetivos. É de valorizar mais o facto de cada equipa vir de resultados positivos do que propriamente a distância pontual. Estamos mais preocupados com a construção da equipa, em mantê-la unida e preparar o nosso caminho de forma bem estruturada para o que vem por aí”, admitiu Ricardo Paiva.
Reconhecendo que o Vizela se galvanizou na quarta-feira, ao vencer em casa o também primodivisionário Arouca (1-0), nos oitavos de final da Taça de Portugal, tendo ‘poupado’ diversos habituais titulares, o técnico do Boavista fala de um adversário “renovado e com plasticidade nas dinâmicas” desde a aposta no homólogo espanhol Rubén de la Barrera.
“O Vizela procura ter a bola e gosta de jogar e de convidar o oponente a pressionar mais alto para conseguir encontrar espaços entre linhas e queimar essas primeiras linhas de pressão, antes de acelerar e obrigar os seus opositores a correrem 30 ou 40 metros para atrás. É uma equipa que explora muito o jogo interior para acelerar por fora”, descreveu.
Pedro Malheiro, habitual titular na lateral direita, lesionou-se na coxa direita frente ao FC Porto e está ausente por três a quatro semanas, ladeando César, Luís Pires e Júlio Dabó no boletim clínico, do qual Salvador Agra poderá sair em tempo útil para a visita a Vizela.
Ibrahima Camará cumprirá o primeiro de dois jogos de suspensão, após ter sido expulso frente aos ‘dragões’, enquanto Chidozie e Bruno Onyemaechi vão começar no domingo a atuar pela Nigéria, treinada pelo português José Peseiro, na Taça das Nações Africanas.
“Os percalços obrigam-me a conferir o meu cunho pessoal de forma ainda mais pausada, mas reparo que a equipa está a receber bem as ideias e a evoluir num sentido bastante positivo em relação à ideia global de jogo. Obviamente, as ausências obrigam-nos a uma ginástica mental para fazer adaptações, mas pegamos nisso sempre de forma positiva”, frisou Ricardo Paiva, designado em definitivo como sucessor de Petit há duas semanas.
O Boavista, 11.º classificado, com 17 pontos, defronta o Vizela, 17.º e penúltimo, com 13, no domingo, às 18:00, no Estádio do FC Vizela, em encontro da 17.ª jornada da I Liga, e última da primeira volta, que será arbitrado por Cláudio Pereira, da associação de Aveiro.
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