O novo treinador do Gil Vicente, Ricardo Soares, disse hoje que assumiu o cargo para estabilizar o clube minhoto na I Liga portuguesa de futebol, atingindo a manutenção o mais "rapidamente possível".
Quatro dias depois de oficializada a sua saída do Moreirense, emblema primodivisionário em que iniciou a época, o técnico substituiu Rui Almeida ao ‘leme' da formação de Barcelos, atual 17.ª e penúltima classificada, com cinco pontos após sete jornadas, e prometeu encarar com "espírito de missão" a tarefa de estabilizar a sua nova equipa na tabela.
"O Gil Vicente é um clube com história, apetecível para qualquer treinador, a que queremos dar a estabilidade necessária para ser cada vez mais de I Liga. É com grande ambição que cá estamos para atingir o mais rapidamente possível a manutenção, dando tranquilidade a quem participa neste projeto", disse, na conferência de imprensa de apresentação, decorrida no Estádio Cidade de Barcelos.
O felgueirense, de 46 anos, assinou um contrato válido até ao final da presente temporada, por "decisão de ambas as partes", mas principalmente sua, e reconheceu ter aceitado a proposta gilista por entender que a "qualidade" do plantel à disposição é "suficiente" para dar "continuidade" a uma carreira que deseja "projetar" para "objetivos grandes".
Após ter começado a trabalhar na manhã de hoje, num treino que durou hora e meia, Ricardo Soares prometeu implementar um "modelo de jogo" que sirva as características globais do plantel e os "interesses do coletivo", independentemente do sistema tático ser o 4x3x3 que apresentava no Moreirense ou o 3x4x3 até agora utilizado por Rui Almeida.
"É uma realidade que o sistema de jogo adotado até então visa um 3x4x3. Vou ver o que tenho à minha disposição. Em relação ao 4x3x3, ao 4x4x2 ou ao 3x4x3, já joguei em diferentes formas. No [Desportivo de] Chaves [na época 2016/17], jogava em 4x4x2, no Moreirense, em 4x3x3. Noutros clubes, até foi em 3x5x2. Eu gosto de ver os meus jogadores confortáveis", referiu.
Além da permanência, o treinador frisou que outro dos objetivos ao serviço do Gil Vicente é o de "potenciar ao máximo a qualidade" dos jogadores, para que se "transformem em ativos [financeiros]", sem esquecer que os "resultados desportivos estão em primeiro lugar".
O ‘timoneiro' acredita que essa valorização só vai acontecer se os ‘galos' juntarem a "qualidade ao trabalho" e apresentarem, no relvado, um "futebol positivo", que lhes permita estarem "perto de ganhar mais vezes" e até corrigirem a escassez de golos marcados - cinco, em sete jogos.
"Isso [escassez de golos] pode ser uma realidade, mas não vejo as coisas tão lineares. Acredito nos jogadores que cá estão para mudarmos rapidamente esse pormenor", disse.
Ao lado de Ricardo Soares, o diretor desportivo do Gil Vicente, Tiago Lenho, admitiu que a saída de Rui Almeida se deveu aos resultados - a equipa perdeu os últimos quatro desafios - e à paragem do campeonato, por ser o "'timing' ideal", tendo considerado que o novo técnico dos barcelenses tem "muita ambição" e muita "vontade de triunfar".
“A saída de Rui Almeida foi uma feliz coincidência com a saída do ‘mister' Ricardo Soares do Moreirense. É uma pessoa que conheço bem, com muita ambição e vontade de triunfar. Os trajetos que tem feito têm sido positivos. Era dessa injeção de ambição e de motivação que estávamos a precisar", assumiu.
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