Rui Costa esteve esta noite na BTV,  a televisão oficial do Benfica, onde explicou a atuação dos campeões nacionais no mercado de transferências de inverno, as contas do clube e ainda as situações de Rafa e Di Maria, jogadores em final de contrato.

O presidente dos encarnados também abordou algumas críticas ao clube por alegadamente não estar a apostar na formação.

Aposta na formação: "Temos oito jogadores da formação nos 24 do plantel. Começou com nove, mas saiu Gonçalo Guedes. Há um excelente trabalho que tem sido feito no Benfica Campus, os casos de João Neves e António Silva são disso exemplo. Temos um treinador não teme apostar na juventude e já tivemos sete jogadores da formação em campo. Quando se contrata um jogador mais novo, coloca-se em causa a formação, o que é um absurdo. Nenhum clube europeu tem tantos jogadores da formação em campo. António Silva, João Neves, Morato, não estão ali para embelezar, a política do Benfica é dar utilização a estes jogadores. Abrimos a porta foi da formação, mas temos de prepará-los para chegar cá acima."

Situações de Rafa e Di Maria: "Percebo muita a questão em redor de Rafa e Di María mas tenho começar pelo início de época. Quer um, quer outro, abdicaram de muitos milhões de euros. Di María abdicou de grandíssimos contratos milionários, estava livre depois de se ter sagrado campeão do Mundo. Só por essa razão, tendo feito esforço para vir, é de aplaudir. Rafa, como também é sabido, teve enormes propostas para sair do Benfica. Na tal famosa conversa entre o presidente do Benfica e o Rafa em Inglaterra, que parecia um golpe de estado, estabeleceu-se um compromisso entre ambas as partes. Rafa rejeitou propostas enormes e o Benfica prescindiu de valores, arriscando que ele saia a custo zero no final da época. O compromisso de Rafa tem sido exemplar, está a fazer uma grande época. Merecem o nosso respeito e aplauso. Posso garantir que eles são dos mais influentes no balneário, vamos ver o que isto vai dar até final da época, não vale a pena antecipar cenários."

Benfica solidário com Sven-Goran Eriksson: "Infelizmente, soubemos internamente da notícia bem antes, sabemos há ano e pouco. Este grande senhor, que será sempre da casa, nunca está esquecido por nós. Em setembro do ano passado, no dia do jogo com o FC Porto, esteve organizada uma homenagem a Eriksson, com tudo marcado e tratado em que viria com toda a família. Infelizmente, na véspera o médico dele desaconselhou a viagem até Lisboa. Temos uma grande dificuldade em trazê-lo cá por essas razões. A família dele viajou e a filha viu o jogo ao meu lado. Não temos memória curta, pessoalmente foi o treinador que me fez estrear na equipa principal do Benfica e jamais esqueceria a história enorme que Eriksson tem com o Benfica. Se ainda não veio a Lisboa é porque não pode. Estamos todos com ele nesta luta a torcer para que possa ganhar mais este campeonato."

Balanço como presidente: "A política desportiva foi o meu compromisso com o Benfica e é a linha que quero seguir. Quando se faz uma remodelação destas, nem sempre se acerta. Há uma máxima no clube: 'pode falhar-se um jogador, mas não o critério'. Não fujo às minhas responsabilidades, é natural que se possa falhar um jogador ou outro. A ideia foi essencialmente criar melhores planteis, que possam ser vitoriosos e salvaguardar o clube desportivamente em todas as épocas. Se olharmos para a realidade de hoje para a de há ano e meio, desde a vinda de Roger Schmidt, percebemos que começámos essa época com 54 jogadores, mais nove aquisições, ora 63 ativos. Desses ativos, consideramos os que estão no plantel, mais os emprestados. Neste momento, desses 63, temos 31. Nestes 31 ativos que temos hoje, 24 estão no plantel e sete emprestados, sendo destes emprestados, quatro da formação. A política passa por ter menos jogadores e mais qualidade."

"Está satisfeito com tudo? "Não estou, quero sempre mais, é um trabalho contínuo. Não estou 100 por cento satisfeito, mas muito feliz pelo que foi feito em ano e meio, projetando o Benfica para outro patamar. O plantel tem um misto de juventude e de experiência. Temos 14 jogadores com menos de 24 anos, que salvaguardam o clube e criam um modelo de plantel muito mais valioso. Estamos salvaguardados em ambos os campos e com muita mais qualidade que tínhamos há ano e meio. Estou satisfeito, mas quero mais e melhor. O que se fez até hoje deixa-me muito satisfeito e otimista. Se compararmos o plantel, o que temos hoje é muito mais valioso, não há a menor dúvida. E mesmo dentro destes 14 jovens, não deixamos de ter muita experiência. Se olharmos para Trubin, António Silva, João Neves, Kökçü…  nenhum benfiquista quer prescindir deles pese embora a idade. O Benfica esta mais preparado para o futuro."