Samu Aghehowa deu uma entrevista ao jornal espanhol 'ABC', onde recordou alguns momentos da sua infância como a passagem pelo centro de acolhimento no norte de África.

"Todas as pessoas que vêm de África têm de passar pelo mesmo. É sempre uma história de superação. Estou muito orgulhoso da mãe que tenho e devo-lhe tudo. Lutou a vida toda para ter uma vida melhor. E, graças a Deus, tudo correu bem", relatou o avançado de 20 anos.

O jogador espanhol admitiu que nunca esteve na Nigéria, o país de origem da mãe, mas revela que pretende visitá-lo um dia.

"Nunca tive a sorte de ir, espero que um dia consiga ir lá de férias. Agora tenho muitos jogos e não tenho muito tempo, mas espero ir. Claro que quero conhecer as origens da minha mãe e ela também tem muita vontade de voltar. Sei que tenho muita família lá, mas não conheço ninguém. A minha mãe não fala muito sobre o assunto, mas sei que fala muito com as pessoas que deixou lá."

Depois de ter estado no centro de acolhimento em Melilla, no norte de África, Samu mudou-se para Sevilha. A viver no bairro Cerezo, o ponta de lança contou de que forma é que vivia e como foram os primeiros tempos no Sevilha.

"Sinceramente, não sei por que é que fomos para Sevilha. Mas não havia melhor sítio para ter crescido do que o meu bairro. É um lugar de gente humilde onde passei toda a minha infância e recordo-o sempre com muito carinho. A minha mãe tinha de trabalhar para tomar conta de mim e da minha irmã. Graças a Deus, tínhamos uma vizinha que considero uma segunda mãe. Ela e o marido, o Antonio. Foi ele que fez com que entrasse na minha primeira equipa e era ele que me levava aos treinos quando a minha mãe não podia", disse.

"O Sevilha pagava-me o metro ou o autocarro. Mas claro que houve dias em que nem sequer tinha nada para comer e isso é duro. Acho que nenhuma criança tem de passar por isso. Foi complicado, muito complicado. Pensas em muitas coisas… Por que é que isto me acontece a mim e coisas assim", contou.

Relativamente ao atual momento da sua carreira, Samu foi confrontado com a diminuição de golos que tem assinalado em 2025. Depois de ter tido um início fulgurante no FC Porto, o avançado tem estado menos goleador e apenas conta com dois golos desde o começo do ano.

"Estou muito bem. Grato ao clube pela oportunidade, espero que as coisas continuem como estão e que possamos conquistar título. Sempre fiz golos, graças a Deus. É algo que tenho dentro de mim e a verdade é que estou a ir muito bem. O jogador que marca golos é aquele que é mais valioso, sei disso. Mas se não puder fazer golos, que ao menos ajude a equipa de outra forma, com trabalho", concluiu.

Samu Aghehowa já conta com 34 presenças em jogos ao serviço dos dragões e assinalou 20 golos e três assistências na presente temporada.