O presidente do Sindicato Nacional da Polícia pediu esta segunda-feira ao Ministério da Administração Interna que altere «com a máxima brevidade» a legislação relativa ao policiamento nos eventos desportivos, apelando aos presidentes de clubes para que «não corram mais riscos».
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira, disse que esta era «uma notícia que estava anunciada», uma vez que se estava «a jogar com muito risco», pelo facto de «os clubes poderem decidir se querem ter policiamento ou não durante os eventos desportivos».
«O erro legislativo que foi criado foi dar essa opção aos clubes que depois, por medidas economicistas, decidem não requisitar o policiamento. Era expectável o que aconteceu hoje. Eu peço que o Ministério da Administração Interna reveja esta legislação e a altere com a máxima brevidade e aos clubes e aos presidentes de clubes que não corram mais riscos», apelou.
Na opinião do presidente do SINAPOL, «um presidente de um clube, por aquilo que hoje aconteceu, pode ser responsabilizado criminalmente».
«Aconteceu aquilo que se esperava, que era haver um jogo de futebol em que não estão polícias presentes e os tumultos desencadeiam-se de tal forma que, depois, ainda se torna mais difícil para os polícias poderem restabelecer ordem na situação, uma vez que não estão no interior do estádio», condenou.
Armando Ferreira defende por isso que o Ministério da Administração reveja esta lei, «porque, para além de pôr em causa a segurança das pessoas que vão assistir a estes eventos, também se põe em causa a segurança dos chamados ‘stewards’, que não estão socorridos dos polícias e põe-se também a questão da segurança dos próprios polícias».
«Até os próprios clubes vão ter que repensar a sua política de requisitar ou não policiamento desportivo porque, se calhar, em casos de indemnização que os adeptos possam vir a desencadear contra os clubes por se sentirem inseguros ou terem sido agredidos, vai sair mais caro aos clubes não requisitar os polícias do que requisitá-los», antecipou.
O presidente do sindicato referiu que ainda que «o mais caricato, para o jogo continuar», foi o facto de terem que estar no local «polícias pagos por todos os cidadãos e não pelo clube».
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