A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia questionou hoje o facto de o Corpo de Intervenção da PSP destacado, domingo passado, para os festejos dos adeptos benfiquistas sem equipamento de proteção, colocando em risco a sua segurança.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues, comentou "o dispositivo enviado" para as celebrações benfiquistas no Marquês de Pombal, salientando que essa é uma decisão de “âmbito operacional”.
Contudo, Paulo Rodrigues questionou o facto de os agentes do corpo de intervenção terem sido destacados para o Marquês de Pomba sem o equipamento, comentando o esclarecimento da Direção Nacional feito na quinta-feira à noite.
Na quinta-feira, a Direção Nacional da PSP esclareceu que o dispositivo de segurança destacado para os festejos estava “ajustado”, tendo sido reorganizado quando se registaram confrontos entre adeptos e a força policial.
“A opção por um dispositivo de segurança de caráter menos ostensivo, com elementos da UEP (Unidade Especial de Polícia) sem o equipamento de segurança de nível máximo, revelou-se ajustada em determinada fase do policiamento”, porque se encontrava “num contexto festivo”, refere a PSP num esclarecimento enviado à agência Lusa.
Segundo a PSP, quando “surgiu um cenário imprevisível, com a presença de elementos desordeiros e com clara intenção de adotar comportamentos violentos”, foi necessário reorganizar a força, equipando-se os “polícias com um nível de proteção mais elevado”
“Nós não estamos, quero frisar isso, a pôr em causa nunca a opção do dispositivo, nem nos cabe a nós dizer qual o melhor, mas cabe questionar porque é que, num evento daquela dimensão, com tantos milhares de pessoas, e apesar de ser de caracter festivo e onde é natural haver pessoas alcoolizadas, sabendo que "de um momento para o outro se pode alterar a ordem publica e que cabe aos elementos da CI e às equipas de intervenção rápida repor essa ordem, não percebemos porque é que o pessoal foi proibido de ir equipado”, frisou.
Paulo Rodrigues sublinhou que em primeiro lugar a polícia tem de se preocupar com a segurança dos seus agentes para que estes possam fazer o seu trabalho em segurança referindo não ter sido isso o que aconteceu no domingo.
Na segunda-feira, a direção nacional da PSP referiu que, durante o restabelecimento da ordem pública, ficaram feridos 16 polícias, com escoriações devido ao arremesso de pedras, garrafas de vidro e material pirotécnico.
Segundo disse a Direção Nacional da PSP à agência Lusa, os incidentes no domingo começaram com alguns adeptos do Benfica a arremessar vários objetos, nomeadamente garrafas de vidro, o que levou a uma intervenção policial localizada para acabar com o incidente e evitar que este se alastrasse e ganhasse maior dimensão.
No entanto, os intervenientes na rixa atiraram garrafas de vidro e outros objetos aos polícias, sem que a intervenção policial localizada do efetivo presente no local conseguisse cessar a desordem, o que obrigou a acionar reforços policiais.
O responsável pela ASPP/PSP reiterou a importância de ficar esclarecida a ordem que foi dada, sublinhando que, embora não querendo “condenar ninguém”, o assunto tenha que ser explicado para que a situação "não se volte a repetir no futuro”.
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