O tribunal de Guimarães agendou hoje para quinta-feira a audição do sócio-gerente da empresa de SPDE, Eduardo Silva, considerado um dos principais arguidos da "Operação Fénix".

Eduardo Silva está acusado pelo Ministério Público de associação criminosa, exercício ilícito de atividade de segurança privada e detenção de arma proibida.

A acusação sustenta que aquele arguido seria o líder de um grupo que se dedicava à prática de atividades ilícitas relacionadas com o exercício de segurança privada.

Eduardo Silva está acusado de, a coberto da atuação legal da sociedade SPDE, ter montado uma estrutura que, com recurso à força e à intimidação, lhe permitiu dominar a prestação de serviços de segurança em estabelecimentos de diversão noturna em vários pontos do país.

Para a acusação, ficou indiciado que este grupo se dedicava às chamadas "cobranças difíceis", exigindo, através da violência física e/ou de ameaças, o pagamento de alegadas dívidas.

Durante a tarde de hoje, o tribunal ouviu mais quatro arguidos, acusados precisamente de participação em cobranças difíceis, mas todos negaram a prática dos crimes.

O processo conta com 54 arguidos, entre os quais o presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa, acusado de sete crimes de exercício ilícito da atividade de segurança privada.

Pinto da Costa negou os crimes, afirmando que nunca teve guarda-costas.

Arguido é também o antigo administrador da SAD portista, Antero Henrique, acusado de seis crimes de exercício ilícito da atividade de segurança privada.

Antero Henriques disse que, para já, não quer prestar declarações.

A "Operação Fénix" é um processo relacionado com a utilização ilegal de seguranças privados.

Os arguidos respondem por crimes de associação criminosa, exercício ilícito da atividade de segurança privada, extorsão, coação, ofensa à integridade física qualificada, ofensas à integridade física agravadas pelo resultado morte, tráfico, posse de arma proibida e favorecimento pessoal.

A lista de arguidos integra a empresa SPDE - Segurança Privada e Vigilância em Eventos, acusada de um crime de associação criminosa e outro de exercício ilícito de atividade de segurança privada.

A investigação concluiu que a SPDE organizava também serviços de acompanhamento e proteção pessoal, para os quais não dispunha de alvará, pelo que alguns arguidos foram acusados de terem requisitado esses serviços sabendo que era proibido fazê-lo.

O julgamento decorre no quartel dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, sob fortes medidas de segurança.

Cinco dos arguidos estão em prisão preventiva e nove em prisão domiciliária, com vigilância eletrónica.