O líder parlamentar do PS desvalorizou hoje a intenção do presidente do Sporting de processar o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, alegando que nesta fase já "interessa muito pouco" aquilo que Bruno de Carvalho afirma.
"Estamos numa fase em que, muito sinceramente, já interessa muito pouco o que o presidente do Sporting diz", reagiu Carlos César em declarações aos jornalistas no final da reunião semanal do Grupo Parlamentar do PS na Assembleia da República.
Na quarta-feira, em declarações aos jornalistas no parlamento, Ferro Rodrigues, segunda figura hierárquica do Estado Português, condenou as agressões de que foram alvo jogadores e equipa técnica do Sporting na Academia de Alcochete, advertindo que não pode ficar "impune quem deu passos decisivos para que essa situação gravíssima" tivesse ocorrido.
Confrontado com a reação de Bruno de Carvalho, que anunciou a intenção de processar o presidente da Assembleia da República, o líder parlamentar socialista começou por considerar "dispensável fazer-se qualquer comentário sobre declarações e intenções dessa natureza".
"Não posso falar aqui como adepto do Sporting, porque estou nestas circunstâncias como presidente do Grupo Parlamentar do PS. Mas estamos numa fase em que, muito sinceramente, já interessa muito pouco o que o presidente do Sporting diz", respondeu.
Carlos César observou depois que, na quarta-feira, o presidente da Assembleia da República "fez uma declaração em que transmitiu a sua opinião e, sobretudo, onde manifestou a sua consternação e protesto em relação àquilo que aconteceu" na Academia do Sporting em Alcochete.
"Nesse sentido, evidentemente, estamos em concordância", acrescentou o presidente do Grupo Parlamentar do PS.
A polémica que envolve o Sporting agravou-se nos últimos dias, depois da derrota da equipa de futebol no domingo, no último jogo do campeonato, frente ao Marítimo, que fez o clube de Alvalade perder o segundo lugar para o Benfica.
A equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia de Alcochete, na terça-feira, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores.
A GNR deteve 23 dos atacantes e as reações de condenação do ataque foram generalizadas e abrangeram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa.
Face às críticas, Bruno de Carvalho negou hoje, em comunicado enviado à Lusa, qualquer responsabilidade pelo ataque na academia, rejeitou demitir-se da presidência do Sporting e anunciou que vai processar Ferro Rodrigues, bem como comentadores e jornalistas por o terem "difamado e caluniado" após os atos de violência em Alcochete.
Comentários