Aos 27 anos, Tiquinho Soares deu uma entrevista ao 'ESPN Brasil' em que relembra os momentos pelos quais passou ao longa vida e, principalmente, da carreira. Foi servente de pedreiro, vendeu gelados e até chegar ao FC Porto passou por onze clubes 'pequenos' - assim foi a vida do avançado brasileiro.
Francisco Soares nasceu em Paraíba, no Brasil, e desde cedo a mãe passou a tratá-lo por 'Tiquinho' por ser uma criança pequena. Começou a trabalhar cedo e dividia o tempo entre o trabalho e a escola. "Já trabalhei em muitas coisas, como servente de pedreiro, churrasqueiro, e vendia gelados também, no sertão da Paraíba. Houve um dia em que fui vender gelados num jogo da minha cidade e o pessoal comprou-me os gelados todos. O problema é que ninguém me pagou e eu voltei para casa sem dinheiro", relembrou.
A carreira
Ao mesmo tempo, Tiquinho tentava vingar no mundo do futebol. "Comecei a jogar em Sousa, na Paraíba, na escolinha de um amigo meu, foi lá que dei os primeiros passos. Depois fui para Natal jogar nas equipas de bairro. Passei pelos clubes de vários amigos, até que surgiu a oportunidade de jogar pela primeira vez na distrital, pelo Palmeiras das Rocas, quando fui o avançado do Sub-17, com 20 golos, o América-RN contratou-me", contou Tiquinho.
Antes de chegar ao Vitória de Guimarães e consequentemente ao FC Porto, o avançado brasileiro passou por onze clubes: Corinthians, Palmeira de Goianinha, América, Botafogo, CSP, Sousa, Cerâmica, Treze, Veranopólis, Pelotas - todos no Brasil - e Nacional.
Admite que quando chegou a Portugal teve algumas dificuldades porque "o ritmo de jogo, é muito mais intenso que no Brasil". Mas, rapidamente ultrapassou os obstáculos e chegou ao atual campeão nacional. "Jogar no Porto é ter vontade, raça e determinação. É um clube que exige muito isso de todos os jogadores. Como os adeptos dizem, nós só podemos baixar a cabeça para beijar o símbolo. O meu primeiro objetivo já foi conquistado, que era conquistar um título pelo Porto e estou muito feliz com isso", afirmou o avançado.
O FC Porto
Ainda sobre o título com a camisola portista, Tiquinho diz que "foi um título muito importante, não só para os adeptos, mas para o clube também. Individualmente, foi uma coisa muito grande, por ter sido o meu primeiro título fora do Brasil e isso vai ficar marcado na minha história e na história da minha família".
Tiquinho falou ainda da relação que mantém com Hulk, ao qual tem sido comparado depois da prestação na época 2018/2019. "Ele já passou uns dias na minha casa em Portugal e ajudou-me muito. Sempre que possível metemos a conversa em dia", admitiu o jogador de 27 anos.
O Brasil
Quanto à seleção brasileira, Tiquinho comentou as declarações do selecionador Tite que admitiu ter observado o jogador do FC Porto antes do Mundial porque os avançados não tinham uma boa prestação e eram necessárias alternativas, sendo o jogador dos 'dragões' uma delas. "Surgiu essa especulação de que fui observado, e fico feliz com isso. Todos os jogadores sonham em defender a Seleção e quem sabe um dia eu possa fazer isso. Ficaria muito honrado", concluiu Tiquinho.
O avançado brasileiro chegou ao FC Porto na temporada 2016/2017 e em duas épocas fez 51 jogos e marcou 23 golos. Esta é a terceira temporada do avançado na Invicta, que tem mais três anos de contrato e uma cláusula de rescisão de 40 milhões de euros.
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