O presidente do Nacional, Rui Alves, disse hoje estar “tranquilo” em relação à queixa “despropositada” do Marítimo junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) de anular a suspensão definitiva da II Liga portuguesa de futebol.
“Nota-se uma certa atitude desesperada. [Ação] Despropositada e, mesmo não sendo juiz, penso que desprovida de qualquer possibilidade de êxito, percebendo-se a intenção, mas estou absolutamente tranquilo relativamente à decisão tomada na instância adequada”, reagiu, em declarações publicadas no canal do clube madeirense, sobre a ação do emblema rival.
No seu sítio oficial na Internet, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) dá conta da admissão, no passado dia 15, de uma queixa do Marítimo contra as decisões tomadas pela direção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), em 05 de maio, quanto à suspensão definitiva da II Liga, e dois dias depois, ao regulamento do fundo de apoio aos clubes do segundo escalão.
Neste processo, Nacional e Farense, os dois primeiros classificados da II Liga à data da interrupção da competição devido à pandemia de covid-19, surgem como contrainteressados, por terem sido apontados pela direção da LPFP como promovidos.
Rui Alves reforçou que a conclusão da prova aconteceu por “decisão política”, no “quadro da exceção” em que vivemos, e também de acordo com as “orientações da UEFA para competições concluídas por via da covid-19”, e lembrou o que se sucedeu logo a seguir.
“Os clubes [da II Liga] conciliaram com a Liga (LPFP), envolvendo também os clubes da I Liga, e consensualizaram uma forma de serem ressarcidos financeiramente, uma vez que a decisão tinha sido no sentido de não colapsar a indústria e que aconteceria no caso da I Liga não retomar e, desse modo, houve uma grande sensibilidade de quase todos os clubes da I Liga, com a exceção de um. Não foram os clubes que acordaram a conclusão antecipada da competição”, afirmou.
Os apoios financeiros aos clubes, por parte do Governo regional madeirense, também estão em questão, com “mais um exemplo” do que acontece desde 1999, de acordo com o presidente ‘alvinegro’.
“É assumido desta forma publicamente aquilo que há muito tempo se tenta de forma habilidosa, que é patrocinar um determinado modelo de financiamento ao futebol profissional, no sentido da extinção da concorrência desportiva. A resiliência que o Nacional tem tido incomoda e ultrapassa os limites da instituição rival. Nós esperamos é que aqueles que nos representam estejam à altura das circunstâncias e da importância que tem o futebol profissional para a Madeira”, comentou Rui Alves.
Em 06 de maio, o presidente do Marítimo, Carlos Pereira tinha questionado a legitimidade das decisões tomadas pela direção liderada por Pedro Proença, em declarações à RTP-Madeira, quando instado a reagir à promoção dos também madeirenses do Nacional.
“Desportivamente, dou os parabéns. Administrativamente, ainda não, porque ainda não sei o que pode acontecer. Uma decisão de uma direção pode não legitimar essa subida. Não sou hipócrita. É evidente que temos benefícios se estivermos sós [na I Liga]”, respondeu, na altura o dirigente do Marítimo, admitindo que a Madeira fica a “ganhar” com os ‘alvinegros’ no campeonato principal.
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