Hora e meia de sofrimento terminou, domingo, para o presidente do Atlético com uma «alegria imensa» pela subida à Liga de Honra de futebol, e Almeida Antunes já sonha com reforços emprestados do Benfica e Sporting.
«Temos relações espectaculares com o Benfica e com o Sporting. Eles podem ter dois ou três jogadores profissionais a jogar connosco. Tenho a certeza que podem e querem colaborar connosco», frisou Almeida Antunes, em entrevista à Agência Lusa, horas depois de o clube da Tapadinha ter subido de divisão.
O último domingo só tem paralelo para o dirigente do clube histórico da Grande Lisboa com o jogo de há três anos, quando o Atlético eliminou o FC Porto da Taça de Portugal: «São momentos que se passam e não se esquecem, ficam gravados».
«Os noventa minutos foram de pleno sofrimento, não conseguimos estar parados em lado nenhum. Ontem [domingo] o estádio estava cheio, cerca de cinco mil pessoas. Já não se via tanta gente há muitos anos. Apesar dos alertas feitos de que podia haver multas, de que as camisolas eram precisas, ninguém segurou ninguém e o relvado encheu», contou, ainda emocionado.
Como objectivos «seguros» para a próxima época, Almeida Antunes, avançou, «já com os pés no chão», que é intenção da direcção saber «quanto tem e quanto vai gastar».
«A equipa é a base, os jogadores dão confiança. Vêm com certeza três ou quatro para reforçar. Vão trabalhar mais, é certo, pois agora só treinavam de manhã. Vamos ver», explicou.
O dirigente já antevê as «responsabilidades» de jogar numa competição profissional.
«São outros valores e não esperem que nós no fim do mês não paguemos, onde vamos, temos de cumprir. Só ontem [domingo] é que o Atlético fez algum proveito do jogo feito em casa, nos outros teve prejuízos», sublinhou.
Almeida Antunes mostrou-se confiante de que, agora com a subida de divisão, o clube vá ter uma vida diferente, já que irá participar também na Taça da Liga, competição que garante prémios monetários crescentes à medida que avançam nas eliminatórias.
«Se tiver 200 mil euros disponíveis da Liga, com o que aqui se faz, com os patrocínios e com a quotização, acho que vamos ter uma vida muito melhor, não esquecendo de cuidar da formação da equipa», frisou.
O responsável pelo emblema da zona de Alcântara, cujos habitantes saíram no domingo à rua para comemorar o feito da equipa, afiançou que o clube nunca foi tão feliz.
«Devemos estar bem com o Menino Jesus ou Nosso Senhor. Nestes anos todos, nunca fomos tão felizes, nunca as coisas nos correram tão bem. Tivemos 19 jogadores, três dos quais ex-juniores e não tivemos castigos ou lesões», congratulou-se.
Para o presidente do Atlético, que mantém o mesmo relvado desde 1943 apenas mexidas com pontuais, o dia de domingo foi o culminar de «uma época que compensou as dificuldades» que a formação teve ao longo dos anos.
O Atlético garantiu no domingo a subida à Liga de Honra de futebol, ao vencer o Padroense, na Tapadinha, por 1-0, na quarta jornada da fase de apuramento do campeão da II Divisão
A última vez que o clube do bairro lisboeta de Alcântara esteve num campeonato equivalente à Liga de Honra foi em 1979/80. Então a II Divisão era o segundo escalão do futebol nacional.
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