O clube amadorense celebrou, em setembro de 2021, um acordo para utilizar, de uma forma provisória, o recinto até ao final da época desportiva (junho de 2022), mediante o pagamento mensal de cinco mil euros, ficando ainda sujeito a uma sanção pecuniária compulsória de mil euros diários caso não entreguem o estádio até ao dia 30 de junho.

O leilão irá realizar-se em duas fases, estando a primeira assente na tentativa de venda da globalidade do complexo, que inclui três verbas: a primeira é o Estádio José Gomes, a segunda são o campo de treinos adjacente e o Bingo, e a terceira são os bens móveis.

Caso seja frustrada a venda na globalidade, num valor total de 5,1 ME, o leilão seguirá para a tentativa de venda verba a verba, com o estádio e os bens móveis avaliados em 2,1 ME, enquanto os outros três ME incluem o campo de treinos e o edifício do Bingo.

A administração da SAD ‘estrelista’, agora liderada por Paulo Lopo, depois da saída de André Geraldes para o Varzim, clube recém-despromovido à Liga 3, já manifestou a sua intenção em adquirir o estádio e terminar de vez com a indefinição à volta do mesmo.

“Dia 30 joga-se o jogo da nossa vida e a vitória é a mais importante de todas, [joga-se] a continuação do renascimento do nosso emblema. […] Nesta matéria não existe meio termo, há os que votaram a nossa continuidade e os que votaram contra. Apelamos a todos os que querem o Estrela forte para que não se refugiem em subterfúgios e deem a cara na defesa dos interesses de todos”, escreveu a SAD ‘estrelista’ na segunda-feira.

O Estrela da Amadora apresentou, à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), o Estádio Municipal de Leiria como o recinto em que disputará os encontros caseiros na II Liga na próxima época, caso não consiga consumar o retorno ao Estádio José Gomes.

O recinto desportivo foi colocado à venda em 2019, com o intuito de abater parte das dívidas do extinto Clube de Futebol Estrela da Amadora, existindo, então, um projeto que visava a requalificação do relvado e do próprio recinto, na freguesia da Reboleira.

Em novembro de 2020, teve lugar um primeiro leilão, mas as propostas apresentadas foram todas abaixo de seis ME, seguindo-se novo leilão, no dia 15 de abril desse ano, no qual a proposta da SAD amadorense, de dois ME, foi recusada pelo administrador judicial, uma vez que ficou abaixo dos 3,1 ME – valor indicado nas condições de venda -, embora, no anúncio do leilão, constasse que o valor mínimo de venda era de 5,1 ME.

Após acumular dívidas que superavam os 36 ME, o Estrela da Amadora foi declarado insolvente, em 2011, na sequência do chumbo dos mais de 200 credores, entre eles o Estado, no plano de recuperação do clube, estando o processo num impasse desde aí, embora tenha havido, entre 2011 e 2013, duas tentativas de venda, mas sem sucesso.