O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, considerou hoje, no Porto, “inaceitável e absurda” a dispensa da maioria do plantel da AD Oliveirense, e apelou a uma maior fiscalização aos grupos investidores.
Joaquim Evangelista, que falava numa conferência de imprensa, ladeado de dez dos 18 jogadores dispensados pela nova SAD da AD Oliveirense, bem como do treinador Tonau, considerou este despedimento um “atropelo” e um “desrespeito pelos compromissos assumidos pela anterior administração”.
“Tal atitude compromete o prosseguimento da carreira desportiva destes atletas, mas também a subsistência dos mesmos”, referiu Joaquim Evangelista, que promete levar o caso à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), à tutela, à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e à Assembleia da República.
O dirigente alerta, com o exemplo da AD Oliveirense, para o que se está a passar um pouco em todos os clubes do Campeonato de Portugal em que proliferam investidores estrangeiros, que “nada acrescentam” e onde “parece que vale tudo”.
“Não queremos estes investidores no futebol português, que acham que tudo vale”, acrescentou Joaquim Evangelista, recordando que a SAD estava no início da época nas mãos do turco Ismal Uzun, que há um ano adquiriu uma participação de 90 por cento, e que agora já estará na posse de um argentino.
O SJPF pretende que sejam implementadas “medidas de proteção e de fiscalização apertada”, que “a origem das aplicações financeiras dos investidores seja conhecida”, bem como os projetos que os mesmos investidores, ou grupos, têm para os clubes.
O plantel da AD Oliveirense foi dispensado pela nova administração da SAD em 03 de setembro, depois da segunda vitória consecutiva e da conquista de seis pontos em 12 possíveis, por, alegadamente, “não fazerem parte do novo projeto para o clube”.
Dos 22 jogadores do plantel da AD Oliveirense, apenas quatro acordaram em continuar ao serviço do clube sob as condições da nova SAD, tendo os restantes, de acordo com o ex-capitão Neves, sido dispensados de forma “abrupta e absurda”.
“Os jogadores são profissionais, mas os contratos são amadores”, disse ainda Joaquim Evangelista, apontando a existência de três espécies diferentes de vínculo ao clube [SAD], através de contrato registado, não registado e sem contrato (verbal).
A situação vivida na AD Oliveirense, ainda de acordo com o SJPF, deve servir para congregar todos os intervenientes do fenómeno desportivo para o problema da precariedade e falta de fiscalização nas competições não profissionais, em concreto no Campeonato de Portugal.
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