O presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) anunciou esta quarta-feira em Freamunde que vai acionar o fundo de garantia salarial para a maioria dos jogadores do clube da II Liga.
"Viemos cá a pedido dos jogadores dar a nossa solidariedade e esclarecê-los. Estamos a falar de três meses de salários e ficou decidido acionar o fundo de garantia salarial para a maioria deles, com prioridade aos mais carenciados, informar a Liga da situação e esperar notícias do clube", disse Joaquim Evangelista, em declarações à agência Lusa.
No final da prolongada reunião com o plantel, realizada na sala de imprensa do Freamunde, Evangelista anunciou que "há jogadores que admitem rescindir" e defendeu que "os clubes com mais dificuldades têm de ser mais controlados".
"A declaração de controlo financeiro do dia 15 de dezembro, segundo a qual os clubes têm de fazer prova que liquidaram os salários de maio a outubro, incluído, é uma boa oportunidade para a Liga controlar melhor o que se passa", sublinhou.
O líder do SJPF disse ter consciência de que "a conjuntura é difícil", mas lembrou que "é uma competição profissional e uma situação destas não é aceitável".
"Não podemos voltar a ter um Estrela da Amadora, que andava lá em cima e os jogadores não recebiam, nem chega assumir a dívida. Ou os clubes têm condições, ou a Liga tem de encontrar soluções", defendeu.
Evangelista admitiu como um bom princípio "a Liga começar a exigir [dos clubes] os recibos de pagamento", para "não se colocar sempre o ónus sobre os trabalhadores", numa referência às declarações de alegado cumprimento apresentadas habitualmente pelos clubes com a conivência dos atletas, a quem é prometido uma resolução que tarda e, por vezes, nunca chega.
"Saio preocupado, mas com sentido de responsabilidade. Os clubes, e há mais clubes nesta situação, têm em nós um facilitador, desde que assumam as suas responsabilidades e respetivos compromissos", concluiu.
Joaquim Evangelista teve uma reunião prévia com o presidente e diretor desportivo do Freamunde, Miguel Pacheco e Hilário Leal, respetivamente, tendo sido informado do trabalho que está a ser realizado para devolver a estabilidade financeira ao clube, atual segundo classificado da II Liga, em zona de subida.
O dirigente sindical foi informado da existência de investidores e das possibilidades de constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva como soluções a implementar a curto prazo e que serão apresentadas aos sócios em Assembleia-geral a realizar até ao final do mês de dezembro.
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