Mudam-se os tempos, muda o futebol, aproveitando Luis de Camões para falar do dérbi Belenenses-Atlético, que esta tarde se jogou no Restelo. O tempo meteorológico, esse, não ajudou a uma festa que podia ser mais emocionante. Há 34 anos que a capital não via jogar frente a frente os dois clubes. Mas em 1977, ambos jogavam no principal campeonato, agora estão na segunda.
Eu que escrevo esta crónica não cheguei a tempo a este Mundo para poder assistir às emoções do duelo. Sei pelo que me contam, os mais velhos. A emoção com que as gentes do bairro de Alcântara celebraram no final da temporada passada a subida do Atlético Clube de Portugal à uma liga profissional espelha bem a massa adepta que tem e aquilo que representa. Tendo em conta que é um clube de bairro e que em Lisboa estão sediados dois dos ‘grandes’.
O Belenenses, há duas épocas na segunda liga, também é conhecido pelo amor dos adeptos.
Na abertura desta época, ditou o sorteio que houvesse um jogo de rivais. Agosto com sol é convidativo à praia e às férias no sul. Com chuva, talvez ficar em casa. Ainda assim, mais de duas mil pessoas quiseram apoiar as equipas.
O jogo, esse, foi fraco. Na primeira parte, apenas uma oportunidade flagrante e logo um possível autogolo Aos 37 minutos, Pedro Ribeiro quis cortar e viu a bola bater no poste da baliza de Coelho. Mas antes disso (16’), Olegário Benquerença não viu Bruno Carvalho, do Atlético, cortar a bola com a mão dentro da grande área.
Na segunda, nada de novo no reino do Restelo. Muita corrida, mas poucas vezes se chegou à baliza adversária. Até porque só por intermédio de Miguel Rosa (65’) Caleb teve trabalho. Boa defesa do guarda-redes do Belenenses. Talvez se espera-se mais dos homens do Restelo, há mais tempo na alta-roda do futebol nacional do que de uma equipa regressada três décadas depois.
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