Os sócios do Marítimo manifestaram hoje que o plano estratégico, apresentado numa sessão de esclarecimento organizada pelo emblema desceu à II Liga de futebol, se tratou apenas de um plano de “gestão corrente, sem nada de estratégico”.
"Deste plano aquilo que se tira é que é, claramente, gestão corrente, não é nada estrutural e, não o sendo, acho que já vem com um ano de atraso, porque já devia estar identificado quando esta direção entrou. Não há aqui nada que seja estruturante neste plano e que possa melhorar o futuro do Marítimo”, afirmou o sócio Carlos André, gestor de projetos do Madeira Interactive Institute, da Universidade da Madeira, à saída do Pavilhão do Marítimo.
Questionado sobre se Rui Fontes deveria se demitir, Carlos André afirmou que se estivesse no lugar do dirigente “colocava o lugar à disposição, para que fossem os sócios a decidir se tinha condições para continuar ou não”.
Segundo Carlos André, os sócios “não devem ter medo que a direção caia e fique um vazio diretivo, porque isso nunca acontecerá”, revelando que está disponível para ser uma alternativa.
“Não posso ser candidato a um lugar que está ocupado, mas posso garantir que nunca deixarei o Marítimo cair e, se a voz dos sócios for que deve haver alternativa e se acharem que sou a pessoa certa para ser alternativa, eu serei a alternativa”, referiu, adiantando que acha “errado procurar fora alguém que venha dizer como é que deve ser organizada a nossa casa”.
Luís Olim, que integrou a administração da SAD que iniciou funções no início do mandato de Rui Fontes, mas que se demitiu em setembro último, explicou que “a única coisa que foi apresentada foi uma profissionalização de departamentos, que tinha sido colocada no programa eleitoral, que foi apresentada e recusada pelo presidente do clube”.
Segundo o antigo jogador ‘verde rubro’, o plano apresentado era para ter sido feito há um ano e meio, mas foi recusado pelo atual líder.
Já Migue Caires, a ‘cara’ do Movimento ‘Salvar Marítimo’, que teve início em outubro último, mas que já findou, frisou que continua a não ter qualquer informação sobre aquilo que se vai passar nos próximos tempos, nomeadamente na preparação para esta época, mas, antes disso, referiu que gostaria "de perceber o que se passou até hoje, porque aqui foi dito várias vezes que não se desceu à II Liga por falta de dinheiro”.
“Foram mencionados alguns valores, que, a serem confirmados, porque gostaríamos que fossem confirmados, são exorbitantes. Estamos a falar de valores que chegam quase às três dezenas de milhões de euros, cerca de 27 milhões de euros que foram gastos numa época e meia e, é assim que pomos um clube desta dimensão à beira da bancarrota”, adiantou o empresário de profissão.
O plano foi explicado aos sócios por Hugo Caetano, consultor de uma empresa contratada pelo Marítimo para a elaboração do mesmo.
“A intenção era apresentar aos sócios aquilo que são as necessidades do ponto de vista de reorganização da estrutura empresarial do universo Marítimo, para que efetivamente se possa preparar o Marítimo para aquilo que é o desafio que tem hoje em dia”, referiu o consultor, explicando que o clube necessita de atrair investidores, “sejam eles atuais ou novos”, mas que para isso é necessário “profissionalizar a sua estrutura empresarial, nomeadamente a SAD”.
O Marítimo vai realizar uma Assembleia Geral extraordinária (AG) pedida pela direção, em 27 de junho, às 18:00, sendo que a reunião magna apenas terá um único ponto na ordem de trabalhos: “Apresentação, discussão e votação da proposta de Plano Estratégico para o futuro imediato do Club Spor Marítimo da Madeira”.
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