Há mistérios que são difíceis de desvendar e o caso de João Félix é um dos casos mais bicudos do universo futebolístico nos últimos tempos. Outrora considerado uma das maiores promessas do futebol mundial, o certo é que o tempo foi passando e o avançado tarda em afirmar-se em pleno.

Não há dúvidas que Félix caiu em graça com Roberto Martínez, que já se mostrou um acérrimo defensor das qualidades do futebolista, de 24 anos. No entanto, já se passaram duas jornadas da fase de grupos do Euro 2024 e o camisola 11 ainda não somou qualquer minuto.

Neste último estágio de preparação, João Félix até recebeu sinais de que poderia ter conquistado a titularidade, começando a titular nos particulares com Croácia e República da Irlanda, onde atuou durante 45 minutos em cada jogo. Além de ter marcado contra os irlandeses, o jogador deixou bons sinais de que poderia estar com o espírito reanimado para encarar esta competição, depois de nos últimos anos ter vivido numa montanha-russa de emoções.

Ao nível de clubes, a explosão deu-se em 2018/19, quando marcou 20 golos e fez oito assistências em 43 partidas. Esta época de sonho, com apenas 19 anos, abriu-lhe as portas da elite mundial e rumou ao Atlético Madrid por um valor recorde de 126 milhões de euros.

No entanto a exigência defensiva pedida por Diego Simeone a todos os jogadores tirou capacidade ofensiva a Félix, percebendo-se desde cedo que não estava na equipa ideal para tirar proveito das suas características. Ainda assim, pelos 'colchoneros' leva 131 jogos, 34 golos e 16 assistências.

Ultimamente andou em empréstimos a Chelsea e Barcelona que correram da mesma maneira: chegou e impressionou, mas depois foi perdendo fôlego e voltou a pairar o fantasma das dúvidas.

João Félix ainda não sabe como será a próxima temporada, mas neste momento ainda luta por conquistar o seu espaço na Seleção Nacional. Com a garantia do primeiro lugar no Grupo F do Euro 2024, poderá somar alguns minutos no duelo com a Geórgia e, aí, terá mesmo de impressionar Martínez (e os portugueses) para provar que ainda tem muito para dar e que ainda vai a tempo de se tornar uma estrela portuguesa.

A passagem do tempo é o maior inimigo dos jogadores mas, aos 24 anos, o avançado ainda tem mais do que possibilidades de se afirmar na elite do futebol e provar que não foi à toa que a certa altura era visto como um dos mais entusiasmantes avançados do Mundo.