PS e PSD querem a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) dentro da lei, com estatutos adaptados ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas, com os sociais-democratas a estranharem o silêncio do ministro da tutela, Pedro Silva Pereira.
«O futebol não pode estar fora da lei, nem acima da lei. Esta questão assumiu proporções inimagináveis. O ausente ministro (Pedro Silva Pereira), que tutela o Desporto, nada disse sobre a questão em apreço. O seu silêncio é ensurdecedor. É preciso dizer basta», disse à agência Lusa Hermínio Loureiro, membro da comissão política nacional do PSD.
Já o deputado João Sequeira, coordenador do grupo de trabalho de desporto da Assembleia da República (no âmbito da Comissão de Educação e Ciência), assegurou que «o PS vê com preocupação o impasse na adaptação dos estatutos» ao novo regime jurídico e espera que a FPF resolva essa situação «rapidamente, já que tem todos os instrumentos para o fazer».
A não adequação dos estatutos arrasta-se desde 31 Dezembro de 2008 e levou o secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias, a suspender em Abril de 2010 o estatuto de utilidade pública da FPF, sem prejuízo, para já, da actividade das selecções nacionais.
Hermínio Loureiro, ex-presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, considerou que «o Governo não pode olhar para a situação com indiferença», lembrando, todavia, que «algumas associações distritais teimam em não adequar os estatutos à legislação em vigor».
«Temos de manifestar a nossa preocupação com a reacção das instâncias internacionais, UEFA e FIFA, e apelamos ao bom senso para a adequação dos estatutos à legislação aprovada na Assembleia da República», concluiu Loureiro.
Para João Sequeira, a FPF deve «dar o exemplo e adaptar o mais rapidamente os estatutos» ao novo regime jurídico.
«Vemos com preocupação que o futebol, dada a sua dimensão e a importância que tem no desporto nacional, ainda não o tenha feito. Há uma lei que tem de ser cumprida», disse.
Para João Sequeira, «a saída [para este impasse] tem de ser encontrada pela própria federação e pelo movimento associativo», lembrando, todavia, que o que se está a passar «não é uma responsabilidade de todos os agentes envolvidos na questão e ligados ao futebol».
«Estamos preocupados por uma pequena minoria condicionar, de facto, toda a imagem do futebol português e esperamos que, mais cedo do que tarde, a federação e os seus dirigentes encontrem uma solução para esta situação, que em nada prestigia o futebol e o desporto nacional», concluiu.
A Agência Lusa aguarda a posição dos restantes partidos com representação parlamentar sobre este assunto.
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