Mais do que rostos – embora tenham sido recuperados ‘velhos conhecidos’ -, é o espírito da Selecção que mudou… como se fosse da noite para o dia em relação ao Mundial. Entre a equipa que iniciou o jogo de ontem, João Pereira, Bosingwa, Carlos Martins, João Moutinho, Nani e Hélder Postiga não estiveram no Campeonato do Mundo. Uns por lesão e outros por opção técnica de Carlos Queiroz.
É uma tentação supor que o Mundial teria sido melhor com estes jogadores, face à demonstração de classe esta quarta-feira com os 4-0 à Espanha. Aliás, ‘La Roja’ não estava pior ontem: apenas David Silva substituiu Pedro Rodriguez no onze que venceu a final contra a Holanda.
Todavia, os casos que rodearam o fim do consulado de Carlos Queiroz mergulharam a equipa das quinas numa depressão – visível já no empate com Chipre e na derrota na Noruega -, da qual apenas saiu com a entrada de Paulo Bento. O ex-treinador do Sporting assumiu o cargo em Setembro e em três jogos – Dinamarca, Islândia e agora Espanha – só arrecadou vitórias.
Por outro lado, além dos vários jogadores recuperados para a selecção, estreou outros (João Pereira, Rui Patrício e Paulo Machado, por exemplo) e elevou muito o nível recente de alguns dos internacionais lusos, com Cristiano Ronaldo a ser o símbolo dessa metamorfose. O capitão português joga, faz jogar e marca golos, sendo agora um elemento bem mais perigoso e motivado na equipa das quinas. E percebe-se a consciência da importância de estar bem no Real Madrid e na selecção para poder voltar a ser o melhor jogador do Mundo.
No dia 29 de Junho, a selecção disse adeus ao Mundial com uma derrota por 1-0 (golo de Villa), num jogo em que pareceu sempre poder fazer mais para incomodar Espanha, mas onde o medo de arriscar para ser feliz venceu a ousadia. Esta quarta-feira, ainda que num jogo particular, Portugal mostrou apenas respeito… e a ambição de que pode ser melhor.
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