Dois representantes do clube italiano Inter Milão deslocam-se este fim de semana a Nanjing, leste da China, para ultimar a venda de uma participação maioritária daquele conjunto à empresa chinesa Suning, avança hoje o jornal oficial China Daily.
A imprensa italiana, por outro lado, adiantou já que um acordo prévio de venda poderá ser assinado no domingo.
Especula-se que o Suning esteja disposto a pagar entre 700 e 750 milhões de euros pela aquisição, bem acima dos 500 milhões em que o Inter de Milão está avaliado.
Segundo o China Daily, esta é a segunda visita de executivos do conjunto italiano a Nanjing em menos de um mês, depois do conselheiro delegado do clube, Michael Bollingbroke, ter estado na sede do Suning.
Fundado em 1990 por Zhang Jindong, um dos homens mais ricos da Ásia e membro do principal órgão de consulta do Governo e do Partido Comunista da China (PCC), o grupo Suning é especializado no retalho de eletrodomésticos.
Em dezembro passado, comprou o Jiangsu Sainty, nono classificado da Superliga chinesa, a uma empresa de têxteis com o mesmo nome, e ‘batizou-o’ de Jiangsu Suning.
No início do ano, o clube contratou os brasileiros Alex Teixeira, por 50 milhões de euros, e Ramires, por 30 milhões, a primeira e terceira contratação mais cara de sempre na China, respetivamente.
Zhang estará interessado em adquirir 70% das ações do clube italiano, apesar das primeiras informações apontarem para apenas 20%, apontou o China Daily.
Curiosamente, um outro consórcio de investidores chineses está interessado em adquirir 70% da outra equipa de Milão, o AC Milan, uma participação detida há 30 anos pelo antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
Em dezembro passado, a empresa China Media Capital pagou 375 milhões de euros por uma participação de 13% no clube de futebol inglês Manchester City.
Em 2015, o consórcio Wanda Group, cujo presidente, Wang Jianlin, é considerado o homem mais rico da China e está filiado no PCC desde 1996, adquiriu 20% do clube espanhol Atlético de Madrid.
A entrada de grandes grupos chineses no futebol coincide com o desejo de Pequim de converter o país numa potência futebolística à altura do seu poder económico e militar.
O presidente chinês, Xi Jinping, assumiu já o desejo de ver a China qualificar-se para a fase final de um Mundial, organizar um Mundial e um dia vencê-lo.
Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China figura em 82.º no ‘ranking’ da FIFA, atrás de muitas pequenas nações em vias de desenvolvimento.
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