Reconhecendo que o jogo no Estádio do Dragão representa um "prestígio" para o clube, para os jogadores e para a cidade, a população de Évora não esconde a "inferioridade" do Juventude, actual quinto classificado da II Divisão Zona Sul, mas evoca o ditado de que "a esperança é a última a morrer".
O jogo dos oitavos de final da Taça de Portugal está marcado para sábado às 18h00, no Estádio do Dragão, com transmissão televisiva, numa altura em que o Juventude Sport Clube, com o lema "Força de Vontade", está a comemorar 92 anos de existência.
Há muitos anos sócio do clube, Victor Fialho diz que a equipa “está a fazer uma boa época” na II Divisão e na Taça de Portugal.
"Agora vai ao Porto. Vai ser difícil, mas pode haver surpresas", reconhece, optimista, em declarações à Agência Lusa, depois de um curto descanso no trabalho, num banco do centro da cidade.
Jogador de futsal, João David, de 15 anos, reúne a particularidade de ser adepto do Juventude e do FC Porto, mas, quando questionado sobre quem devia ganhar, o seu "coração" bate mais pela equipa da sua terra.
"O FC Porto é mais forte, normal, mas espero que o Juventude tenha sorte, porque sou do Juventude. Também, sou do FC Porto, mas sou do Juventude desde que nasci", diz.
Com 40 anos de associado, José Mangualde considera que "a família juventudista está toda com grandes expectativas", não pelo resultado em si, mas pelo "prestígio" que a deslocação ao Dragão vai dar ao clube.
"Já estou em pulgas e já tenho viagem marcada e tudo, como muitos colegas e amigos. Isto é para aí um movimento muito grande. Vão centenas", observa José Mangualde, de 60 anos, prevendo "um dia de festa" para os juventudistas, que se deslocam em excursões até ao Porto.
Apontando o facto de o Juventude não viver de jogadores profissionais, reconhece a "inferioridade" da equipa "azul e branca" alentejana, mas considera que o jogo é um "prestígio" para o clube e para cidade e um "prémio merecido" para os futebolistas.
José Mangualde evoca o facto de já não ser a primeira vez que o FC Porto sai em sorte ao clube alentejano na Taça de Portugal.
Na época 1997/98, os portistas, comandados pelo técnico António Oliveira, golearam por 9-1 no antigo Estádio das Antas, com sete golos do brasileiro Mário Jardel, que entrou na segunda parte, quando o FC Porto vencia apenas por 2-1, ao intervalo.
"Nós tínhamos cá um guarda-redes, o Salgado, que nos dizia quando de lá veio: ‘Cada vez que o Jardel nos aparecia à frente, eu fugia’", lembra José Mangualde, dizendo que, durante uns tempos, ficou memorizado: "Oh Salgado, olha o Jardel".
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