Cerca de 20 minutos demoníacos de Di María bastaram ao Benfica para carimbar o triunfo na quarta eliminatória da Taça de Portugal, contra o Estrela da Amadora (7-0). O camisola 11 quis ter a certeza de que não haveria prolongamento e fez um hattrick repleto de magia para descansar os adeptos e embalar a equipa para uma grande exibição, em pleno Estádio da Luz.
Ainda nem todos os adeptos estavam sentados na cadeira e a Luz (mais vazia do que é habitual) já explodia de alegria e em dose dupla. Após um bom trabalho com Aursnes, Di María tentou cruzar de letra, não conseguiu, mas emendou com um belo remate para abrir o marcador.
E se os primeiros dois minutos não demoraram a aquecer, os seguintes ainda foram melhores. Bah combinou bem com Aursnes, encontrou novamente Di María na área e o argentino bisou com um grande pontapé de bicicleta, num momento de pura magia.
O segundo golo acordou os tricolores, que percebeu que tinha de dar mais se queria disputar o jogo. A resposta surgiu por Rodrigo Pinho, que permitiu uma enorme defesa a Samuel Soares.
O jogo parecia que tinha encontrado um equilíbrio, mas Di María não concordou. Aursnes antecipou-se numa saída de bola e soltou no argentino, que sentou os adversários e voltou a fazer um grande remate para o fundo das redes, colocando o marcador em 3-0 numa fase precoce do jogo.
O Estrela da Amadora entrou numa fase algo desorganizada e não estava a conseguir criar qualquer tipo de perigo, enquanto o Benfica ia aproveitando a maior exposição dos tricolores para tentar aumentar a vantagem. Ainda assim, as redes não voltaram a abanar na primeira parte e as equipas regressaram aos balneários com um resultado justo.
Segundo tempo de serviços mínimos foi suficiente
O Estrela da Amadora regressou dos balneários uma equipa diferente, muito mais atrevida e com uma maior capacidade para atacar a baliza de Samuel Soares. Nos primeiros 15 minutos conseguiu criar muitas dificuldades ao Benfica, que em boa verdade não aumentou a vantagem pela falta de pontaria de Arthur Cabral.
No entanto, quem fez o quarto golo foi mesmo o jogador que entrou ao intervalo. Akturkoglu recolheu a bola vinda de uma bela combinação de Di María com Cabral e na cara de Meixedo só teve de escolher o lado. As águias respiravam confiança e qualquer lance tinha cheiro de golo.
Com a vitória praticamente garantida, pelo resultado e pela forma como o jogo se desenrolava, Bruno Lage começou a mexer. Lançou Kokçu, Amdouni e ainda ofereceu a estreia pela equipa principal ao defesa direito Leandro Santos.
No entanto, o quarto golo teve um efeito soporífero no encontro e a partida entrou em piloto automático. A equipa do Benfica atacava, sempre com boas combinações através de passes curtos, enquanto o Estrela da Amadora estava completamente rendido, tentando apenas o golo de honra.
Já em jeito de despedida, e numa fase que o jogo já estava em ritmo baixo, Kokçu lançou um passe de 30 metros a rasgar as linhas do emblema tricolor, encontrando Amdouni que também fez o gosto ao pé, quando o relógio já marcava os 80 minutos.
Mas os golos não ficaram por aqui e houve mais um belo momento. Arthur Cabral (que tanto falhou esta noite), teve o benefício da dúvida por parte de Bruno Lage, que o manteve em campo, e respondeu com um golo de bicicleta em grande estilo, já muito perto do fim. Quando menos se esperava, o camisola 9 ainda bisou, aproveitando um erro de Meixedo.
Esta foi a pedra final de uma vitória construída com muita qualidade desde o início da partida e que deixa o Benfica nos oitavos de final da Taça de Portugal, com nota artística.
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