O Praiense, do Campeonato de Portugal, assume-se motivado por defrontar ainda sem derrotas o Sporting, na quinta-feira, em jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal de futebol.
“Um dos propósitos que nós tínhamos para este encontro foi conseguido: foi chegar a Alvalade ainda sem conhecermos o sabor da derrota”, salientou, em declarações à Lusa, Francisco Agatão, treinador da equipa da Praia da Vitória, nos Açores.
O Praiense lidera a Série F do Campeonato de Portugal, após 10 jornadas, com oito vitórias e dois empates.
Francisco Agatão, que foi adjunto de Carlos Manuel no Sporting, em 1997/98, está consciente da superioridade da equipa ‘leonina’, mas promete “dificultar ao máximo” a vida aos ‘verde e brancos’ e garante que os jogadores do Praiense não querem ser “os bobos da festa”.
“Sabemos que o Sporting é melhor, tem mais capacidade, que certamente vai querer decidir o jogo rapidamente e a nós compete-nos contrariar esse favoritismo e demonstrar em campo o nosso real valor e a nossa organização coletiva”, salientou.
Também o extremo Ricardo Queirós disse esperar que a equipa da açoriana surpreenda o Sporting e seja um ‘tomba-gigantes’.
“Temos de ser realistas e sabemos que são dois mundos completamente diferentes. O Sporting é uma equipa que aspira a ser campeã nacional, tem um orçamento astronómico comparado com o orçamento do Praiense, mas, como se costuma dizer, dentro das quatro linhas são 11 contra 11 e a bola é redonda”, sublinhou.
Para o treinador, os trunfos da equipa da ilha Terceira são o coletivo e a responsabilidade de representar uma região.
“Carregamos sobre os nossos ombros a honra e a dignidade de um clube. Representamos uma região e um arquipélago e por isso mesmo temos de ser dignos, sérios, competentes e honrar a camisola que envergamos”, frisou.
O clube defronta pela primeira vez na sua história um dos ‘grandes’ e o ambiente no balneário é de “alegria e euforia na justa medida”.
O nervosismo pelo aproximar da eliminatória da Taça de Portugal poderá ter influenciado o empate no último jogo, frente ao Alcanenense, no entanto, a estratégia para defrontar o Sporting está bem estudada.
“A nós compete-nos naturalmente adiar o máximo o primeiro golo do Sporting, conseguir que a equipa do Sporting possa aqui ou ali acusar algum nervosismo e reforçar a nossa própria capacidade”, revelou Francisco Agatão.
O Praiense comemorou 69 anos na segunda-feira, mas, para o presidente do clube, Marco Monteiro, o presente de aniversário pode ser desembrulhado na quinta-feira.
“A maior prenda que os atletas e a equipa técnica podiam dar ao clube era passar à próxima eliminatória”, adiantou, acrescentando que ficará igualmente feliz se a equipa perder “com dignidade e caráter”, dando tudo em campo.
Apesar de o jogo se disputar em Lisboa, num dia de semana, Marco Monteiro disse estar confiante numa boa representatividade do Praiense em Alvalade.
“Os adeptos estão muito entusiasmados. Penso que vai ter muita gente dos Açores, da Praia da Vitória, do Praiense, sócios, simpatizantes e não só”, frisou.
O terceirense Ricardo Queirós, que já passou pelo Vitória de Setúbal e pelo Mafra, é um dos mais experientes do Praiense e, aos 29 anos, mantém o sonho de jogar na I Liga.
“Este jogo, como é óbvio, num palco grande do futebol português, é uma montra para os jogadores que ambicionam algo mais. Têm de aproveitar, porque oportunidades destas não surgem todos os dias”, realçou.
O Praiense defronta o Sporting, na quinta-feira, a partir das 20:15, num encontro da quarta eliminatória da Taça de Portugal, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
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