O Sporting venceu a sua 16ª Taça de Portugal, ao derrotar o Braga nas grandes penalidades, depois de uma igualdade a dois golos no tempo regulamentar. Numa final épica e electrizante, o troféu acabou por sorri ao Sporting, que quebrou assim o jejum de títulos que perdurava desde 2008.
Num dia em que a festa foi bonita e pacífica desde as primeiras horas do dia no Jamor, hoje pintado com 35890 espectadores, o Sporting surgiu no relvado com Cédric a titular, naquela que permanecia como a única dúvida antes do jogo. Curiosamente, seria pelo destino do lateral direito que se escreveria muito da história dos leões neste jogo.
Depois de um arranque positivo, em que o Sporting apresentava maior iniciativa de jogo e remetia o Braga a uma postura expectante e de contra-ataque, o Braga lançou-se no ataque. Uma grande arrancada de Djavan, que ultrapassou Paulo Oliveira e foi travado já na grande área por Cédric, quando seguia isolado na direção de Rui Patrício, traçou o seu destino. Penálti, expulsão do lateral e golo de Éder na conversão. Um castigo em dose tripla para o Sporting, que se via reduzido a 10 elementos logo aos 15 minutos de jogo.
O golpe pareceu não afetar os leões, com os adeptos do clube de Alvalade – em clara maioria no Jamor - a puxar pela equipa. Marco Silva não perdeu tempo e colocou Miguel Lopes em campo (saída de João Mário). No entanto, seria uma vez mais pelo lado direito que o Braga iria punir os pecados defensivos leoninos. Aos 25’, foi a vez do jovem Rafa – um dos melhores em campo – arrancar para o segundo golo dos minhotos, deixando Miguel Lopes muito mal na fotografia. Duas investidas, dois golos e 100 por cento de eficácia dos minhotos.
O jogo estava agora ao jeito do Braga, que conseguia controlar um Sporting a jogar muito com o coração e pouco com a cabeça. Aliás, os nervos começaram a crescer nesta fase da primeira parte, com muitos protestos leoninos contra Marco Ferreira. Porém, o resultado não se alteraria até ao intervalo.
No segundo tempo, Marco Silva voltou a mexer e arriscou tudo. Primeiro foi Mané, a saltar para o lugar de Carrillo, e depois ainda surgiria Montero. Contudo, o Sporting cedo mostrou vontade de atacar a baliza de Kritciuk, só que também revelava já algum receio em se expor na defesa, temendo mais um contra-ataque mortífero dos bracarenses.
Sérgio Conceição dava instruções à sua equipa para gerir a posse de bola e tentar segurar o domínio do jogo. Foi nesse registo que o Braga conseguiu dar mostras de grande maturidade, mas o tempo e a crença leonina empurraram a equipa bracarense para a sua área.
Foi quando já alguns adeptos dos leões começavam a abandonar o estádio que o Sporting se reergueu de forma notável no jogo. Slimani conseguiu aproveitar um erro da defesa bracarense e de fora da área atirou para o golo leonino, aos 84’. Estava dado o mote para a reação da formação de Marco Silva.
Enquanto o Braga jogava com o relógio, o Sporting jogava com o sonho e esse sonho foi recompensado já em tempo de descontos. Aos 90+3’, Montero escapou aos defesas bracarenses e não perdoou perante Kritciuk. Estava feito o 2-2 e o que antes parecia tão longe era agora real. Quando o Braga tinha tudo a seu favor no jogo, acabou punido pelo coração do leão. A página do jogo acabava, virava-se para o prolongamento.
No tempo extra, só as pernas não acompanhavam a vontade das duas equipas, que protagonizaram um espectáculo emocionante. De um lado ao outro, a bola circulava sem parar. Realce apenas para a expulsão de Mauro, já na segunda parte do prolongamento, a nivelar finalmente as duas equipas em campo. Aqui, ninguém pensava em grandes penalidades, mas elas viriam aí, inevitavelmente.
Nos penáltis, a maior eficácia do Sporting ditou a conquista do troféu e soltou a festa dos seus adeptos. Como não há festa como a da Taça de Portugal, a festa é hoje verde e branca, num triunfo justo e saboroso pela garra do leão.
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