As eleições presidenciais dos Estados Unidos estão à porta, com Donald Trump, atual presidente, e Joe Biden, antigo 'vice' de Barack Obama, como candidatos. A corrida à Casa Branca contou, este ano, com grande intervenção por parte de figuras do desporto norte-americano, nomeadamente para apelar de forma ativa ao voto.
LeBron James, por exemplo, é um dos críticos mais vívidos de Trump e em várias ocasiões demonstrou o seu apoio a Biden. O jogador dos Los Angeles Lakers, atuais campeões da NBA, ajudou a criar o movimento "More Than a Vote" ["Mais do que um Voto"], com o objetivo de informar, proteger e apelar ao voto junto das comunidades afro-americanas.
Durante o comício desta segunda-feira, no estado da Pensilvânia, Donald Trump chegou mesmo a criticar LeBron James. "E o basquetebol? E o LeBron? Senti-me mal por ele. Senti-me muito mal. Uma queda de 71% (nos espectadores) e ele a vencer o campeonato. Eu não quis assistir nem a um único lançamento. Quando eles não respeitam o nosso país, a nossa bandeira, ninguém quer assistir. Ninguém", disse o presidente norte-americano.
Em jeito de resposta, o basquetebolista recorreu às redes sociais para reforçar o apoio ao Partido Democrata. "Mais um dia. Por favor (vota)!! Precisamos de tudo para mudar e tudo começa amanhã", pode ler-se na mensagem deixada por LeBron.
Na sexta-feira passada, LeBron James convidou Barack Obama para uma conversa no seu programa "The Sop", onde ambos manifestaram apoio a Joe Biden e frisaram a importância do voto. "A minha mãe mandou-me um vídeo dela a votar. Acho que é a primeira vez que a minha mãe vota para as presidenciais e estou muito orgulhoso dela", confidenciou o atleta.
A própria NBA chegou a juntar-se à campanha "I'm a voter" (Eu sou um eleitor), na qual vários jogadores da liga de basquetebol norte-americana apelam ao voto. Além disso, a página oficial da NBA no Twitter tem feito várias partilhas relativas às eleições desta terça-feira.
Michael Jordan, considerado por muitos o melhor basquetebolista de sempre, chegou a atribuir cheques de 2,5 milhões de dólares para combater a supressão dos eleitores negros, numa ação integrada na contribuição de 100 milhões de dólares para a ajuda ao movimento "Black Lives Matter".
"Percebemos que uma das principais formas de mudar o racismo sistémico é nas urnas. Sabemos que vai demorar o seu tempo para conseguirmos a mudança que queremos ver, mas estamos a trabalhar rapidamente para que a comunidade negra veja a sua voz a ser ouvida", disse Michael Jordan, no passado mês de julho.
Magic Johnson, cinco vezes campeão da NBA, criticou Donald Trump quando este cancelou o convite aos Golden State Warriors de ir à Casa Branca após o triunfo nas finais da liga norte-americana em 2017. O ex-basquetebolista também tem feito uso das redes sociais para apelar ao voto e manifestar o seu apoio a Joe Biden.
Megan Rapinoe, capitã da seleção norte-americana de futebol feminino, recusou-se a visitar a Casa Branca após a conquista do Mundial de 2019, devido às divergências com Trump, sobretudo no que toca aos direitos das minorias. "Temos um nacionalista branco na Casa Branca, que só provocou maior divisão entre as pessoas e mais desespero, mais ansiedade, mais medo em relação ao futuro" disse Rapinoe numa entrevista em maio.
Nos meses que antecederam as eleições, a jogadora fez vários diretos nas redes sociais com representantes políticos do Partido Democrata, incluindo o próprio candidato à presidência Joe Biden.
Apesar de contar com muita oposição no mundo do desporto, Trump também tem alguns apoiantes de peso. De acordo com a ESPN, os 144 proprietários das 122 equipas das grandes ligas profissionais dos Estados Unidos doaram 47 milhões de dólares (cerca de 40 milhões de euros) para campanhas federais desde 2015, sendo que apenas pouco mais de 11 milhões de dólares (9,3 ME) foram para o Partido Democrata.
No caso específico da NBA, os donos das equipas doaram nos últimos seis anos 8,3 milhões de dólares (7 milhões de euros) ao Partido Republicano e 2,6 milhões de dólares (2,2 ME) aos democratas. Só na WNBA a situação se inverte: 1,6 milhões de dólares (1,3 ME) para os democratas, mais 300 mil que para o partido de Trump.
Mike Tyson declarou em 2015, antes mesmo da primeira eleição de Donald Trump, que o empresário deveria ser presidente dos Estados Unidos. “Vamos tentar algo novo. Vamos administrar a América como uma empresa, onde as cores não importam e quem merecer o trabalho possa levar o trabalho”, defendeu o pugilista na altura.
Dennis Rodman, antiga estrela da NBA, é outro dos apoiantes do candidato republicano. O ex-jogador de basquetebol, que esteve no concurso apresentado por Trump, 'The Apprentice', defendeu em 2015 que o empresário era o melhor candidato a presidente porque os EUA precisavam de um homem de negócios e não de mais um político. Em junho de 2018, numa visita à Coreia do Norte, a antiga estrela dos Chicago Bulls chegou mesmo a oferecer a Kim Jong-un um livro da autoria de Trump, intitulado 'The Art of the Deal'.
Kurt Suzuki, jogador da equipa de basebol Washington Nationals, vestiu uma camisola com o lema da campanha de Donald Trump, "Make America Great Again", quando a equipa visitou a Casa Branca em 2019 para celebrar a conquista do World Series.
Jack Brewer, antigo jogador da NFL, acusou os meios de comunicação de "pintar" Trump como um racista. "Eu sei o que o racismo é, vi-o com os meus olhos. Estou farto da forma como Trump é representado nos media, que recusam tudo o que ele fez pela comunidade negra. Isto está a confundir as cabeças das nossas inocentes crianças", disse.
Recorde-se que as eleições presidenciais dos Estados Unidos decorrem na madrugada desta quarta-feira, em Portugal.
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