O diretor de segurança da FIFA defendeu hoje que a segurança em eventos desportivos passa pela integração e envolvimento de todos os participantes, assim como pela comunicação, sem que haja uma forma única de trabalhar.
“O mais importante na segurança, e para os futuros eventos desportivos, é a integração de todos os participantes, e devemos envolver todos os que fazem parte do processo e trabalhar em conjunto”, defendeu Helmut Spahn.
O diretor de segurança da Federação Internacional de Futebol (FIFA) alertou ainda que “todos os campeonatos no mundo são diferentes, com diferentes experiências e realidades como países grandes e pequenos”.
“Em 2030, vamos jogar em três continentes e seis países, portanto não há um conceito único que se aplique em todos os eventos ou países, temos de ser o mais flexíveis possível tendo em conta as especificidades de cada país”, realçou.
Helmut Spahn falava à margem do primeiro congresso internacional de segurança em eventos desportivos que decorre até sábado em Viseu, em que participou num painel dedicado aos desafios e lições de grandes eventos desportivos.
Dos “detalhes operacionais” de competições no último ano, apresentados também por responsáveis da UEFA e Interpol, o presidente da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), Rodrigo Cavaleiro, destacou as lições.
“A importância da preparação e organização do último quilómetro na receção aos fãs, a gestão dos fluxos de multidões, uma comunicação correta até nas coisas mais simples para as orientar da melhor forma até para evitar esmagamentos”, indicou.
No entender de Rodrigo Cavaleiro, “são lições importantes que devem ser escaladas para grandes e pequenos eventos” e que “devem chegar a todos os envolvidos, a todos os cidadãos, de todas gerações para se mudarem mentalidades”.
Rodrigo Cavaleiro realçou ainda que, desde hoje, “há mais uma ferramenta disponível em língua portuguesa, na página da autoridade, para todos os cidadãos acederem a conteúdos que ajudam na formação para a segurança” em eventos desportivos.
O secretário de Estado da Juventude e Desporto destacou a reforma da legislação e os novos regulamentos, que entrarão em vigor em fevereiro e agosto de 2024, também como “ferramentas” no combate ao “flagelo que é a insegurança” no desporto.
“Mas temos de envolver todos os agentes desportivos, porque não há legislação perfeita que elimine a violência no desporto e precisamos que todos se empenhem e assumem as suas responsabilidades”, sublinhou João Paulo Correia.
O governante destacou também “a formação e capacitação de todos os envolvidos, incluindo o Estado” e também “os pais e familiares das camadas mais jovens, que têm de ser os primeiros responsáveis na transmissão de valores nos recintos” desportivos.
“A violência nas camadas mais jovens é um fenómeno que, neste momento, é o maior pesadelo no que diz respeito à violência no desporto em Portugal”, realçou.
Nas competições profissionais, o governante considerou Portugal “uma ilha”, se comparado com o resto da Europa, no que diz respeito ao comportamento dos adeptos, “apesar de haver incidentes de violência todos os fins de semana”.
“Desejamos que, à medida que vão sendo absorvidas estas medidas, diminuam os incidentes, e acredito que em dois anos, quando fizermos o primeiro balanço da reforma legislativa, possamos concluir que somos uma ilha em termos de segurança”, apontou o secretário de Estado, também com o pensamento no Mundial2030 de futebol.
Sobre essa competição em Portugal, escusou-se a desvendar os valores financeiros envolvidos, adiando para “a conclusão da candidatura, com os jogos definidos e as seleções presentes” no país para divulgar dados, deixando desde já a garantia que “não vão ser construídos estádios” de futebol.
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