Os patrocínios de casas de apostas a clubes e modalidades desportivas exigem uma reflexão alargada de todos os envolvidos, defende o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia.
Questionado pela Lusa sobre a preponderância da publicidade a casas de apostas no setor, o governante assegurou que é um tema a ser debatido.
“Não podemos fingir que isto não é um assunto que merece uma reflexão profunda, suscitada até por exemplos de fora – Itália e Espanha já puseram um travão, Inglaterra anunciou também essa intenção, e alguns países estão a adotar medidas dissuasoras”, afirmou João Paulo Correia.
Na época 2023/24, as casas de apostas desportivas patrocinam e são a designação de oito campeonatos seniores de seis modalidades coletivas em Portugal.
“A reflexão profunda de que falo tem de ser feita, porque não podemos decidir prejudicando fortemente um setor. Sabe-se que a publicidade das casas de apostas na I Liga é de 72%”, prosseguiu o secretário de Estado, aludindo à importância no principal escalão do futebol nacional, com 13 como patrocinadores principais das camisolas dos 18 primodivisionários.
No entanto, João Paulo Correia pretende que a discussão seja mais alargada, tendo em conta a importância deste setor na sociedade portuguesa.
“A reflexão profunda tem de envolver outras áreas que não só o desporto e temos de ter a certeza do impacto que possa vir a ter num setor [o futebol] da nossa atividade económica, que gera milhares de postos de trabalho, paga contribuições para a Segurança Social, paga impostos. Não podemos perder de vista que se trata de um setor que tem uma grande fonte de receita, neste apoio de empresas privadas”, rematou o governante.
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