A geração dos “mais graúdos” está a reescrever as regras do envelhecimento. Se antes os 60 marcavam o início de uma fase mais lenta, hoje são o ponto de partida para uma vida mais consciente, ativa e cheia de propósito.

De facto, as novas gerações de seniores estão mais saudáveis, mais informadas e com vontade de continuar a viver intensamente — mas de forma equilibrada.

Mexer o corpo, cuidar da mente

A ciência é clara: a atividade física regular é o melhor remédio para o envelhecimento. Caminhadas, natação, ioga, hidroginástica ou até dançar no salão da junta de freguesia — o importante é mover-se todos os dias.
Além de fortalecer músculos e ossos, o exercício melhora o humor, a memória e até a qualidade do sono.

“Meia hora por dia é suficiente para reduzir o risco de doenças cardiovasculares e aumentar a longevidade”, sublinha o cardiologista Ricardo Torres.

Mas o corpo só acompanha se a mente também estiver em forma. Ler, jogar sudoku, fazer palavras cruzadas, aprender algo novo — tudo conta. O cérebro, tal como um músculo, precisa de treino.

O prato da vida longa

Comer bem não é comer pouco — é comer certo. Dietas ricas em frutas, legumes, leguminosas e peixe são a base da chamada dieta mediterrânica, associada à prevenção de doenças cardíacas e à melhoria da memória.
Beber água, evitar excesso de sal e açúcares, e não descuidar o cálcio e a vitamina D são pequenos gestos que fazem uma grande diferença.

E sim, um copo de vinho tinto ao jantar ainda é permitido — desde que com moderação.

Socializar é terapia

Um dos segredos mais poderosos para envelhecer bem é não viver sozinho. A solidão tem efeitos comparáveis ao tabaco ou ao sedentarismo.
Por isso, manter amizades, laços familiares e uma vida social ativa é tão importante quanto cuidar do coração.

“Falar, rir e conviver são tão terapêuticos como o exercício. A interação humana liberta endorfinas e combate a ansiedade”, explica a psicóloga Helena Moura.

A idade da liberdade

Mais do que um fim, os 60, 70 ou 80 são uma nova etapa de liberdade. Com menos pressa, mais sabedoria e uma vida inteira de experiências, esta fase permite escolher o que realmente importa.

O segredo não é parar — é abrandar com propósito, cuidar do corpo, da mente e das relações.
Porque envelhecer não é perder juventude: é ganhar tempo — e saber vivê-lo bem.