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Estado português investiu 15.1 milhões de euros na Missão Olímpica e o resultado final foi uma medalha.
O investimento do Estado português na preparação e participação nos Jogos Olímpicos Londres2012 ascendeu a 15,1 milhões de euros e resultou na obtenção de uma medalha de prata, a “mais cara” das últimas três edições, numa contabilidade simplista.
Nos Jogos que hoje terminam, a Missão de Portugal totalizou 28 pontos, tal como em Pequim2008, resultantes das 10 posições de finalista alcançadas: uma medalha (7), dois quintos lugares (8), dois sextos (6), dois sétimos (4) e três oitavos (3).
A medalha de Fernando Pimenta e Emanuel Silva na canoagem e os nove diplomas alcançados em Londres são números muito semelhantes aos de Pequim, onde se obtiveram duas medalhas e seis diplomas (um quarto, dois sétimos e quatro oitavos), mas com um custo menor para o Estado, 12,14 milhões de euros, ou seja, 6,07 milhões pelo ouro de Nelson Évora (triplo salto), outro tanto pela prata de Vanessa Fernandes (triatlo).
Na relação custo/diploma, em Pequim, o investimento público em Pequim foi de 1,73 milhões de euros por cada um, enquanto na capital britânica esse valor desce ligeiramente para 1,67 milhões.
Se a comparação for estendida a Atenas2004, onde os atletas portugueses obtiveram o melhor resultado de conjunto de sempre, com três medalhas e 10 diplomas (44 pontos), para um investimento de 11,93 milhões de euros, os pódios de Sérgio Paulinho, Francis Obikwelu e Rui Silva custaram 3,97 milhões cada.
Os 10 diplomas obtidos na capital grega também foram os mais “baratos” destas três edições, saindo cada um a 1,19 milhões de euros, numa comitiva com apenas 63 elementos, contra 76 em Londres (excluindo Carolina Mendellblatt, que desistiu de participar) e 77 em Pequim.
No entanto, o custo direto da prata de Fernando Pimenta e Emanuel Silva em K2 1.000 metros é muito inferior ao rácio global investimento/medalhas, uma vez que os apoios aplicados exclusivamente na preparação dos dois canoístas fixaram-se em 120.000 euros.
Esse número, aplicado no K2 de Portugal (independentemente dos atletas) nos quatro anos do ciclo olímpico, sobe para 275.682 euros quando lhe são somadas as bolsas olímpicas para atletas e treinadores.
Ao todo, neste ciclo olímpico, a canoagem recebeu 615.000 euros (excluindo as bolsas), com os quais preparou um grupo que oscilou entre os nove e os 12 atletas, dos quais seis estiverem em Londres e obtiveram os melhores resultados de sempre da modalidade, que foi igualmente a mais bem-sucedida das 13 em que Portugal esteve representado: uma medalha e três diplomas.
Numa aritmética simplista, sem correspondência direta com a realidade, Portugal investiu uma média de 196 mil euros por cada um dos atletas presentes em Londres2012, ao longo de quatro anos, aproximadamente seis vezes menos do que a anfitriã Grã-Bretanha, um dos “gigantes” dos Jogos.
Na qualidade de anfitriã, a Grã-Bretanha teve a maior delegação dos Jogos Olímpicos, com 542 atletas, e gastou 640 milhões de euros na sua preparação, o que corresponde, na mesma lógica, a 1,18 milhões de euros de investimento em cada um. Na relação custo/medalhas, cada uma das suas 64 custou 10 milhões de euros.
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