A atleta Cátia Azevedo leva hoje uma mala "cheia de sonhos" para os Jogos Olímpicos Paris2024 e espera regressar com "recordações e aprendizagens boas", querendo melhorar o 17.º lugar de Tóquio2020 e ambicionando a final.

“Sendo os meus terceiros Jogos, a minha expectativa é melhorar a minha classificação de 2021, que foi o 17.º lugar. Ambiciono uma final olímpica, sei que é complicado, mas temos visto que a nossa comitiva está pronta para fazer coisas complicadas. Somos do tamanho dos nossos sonhos e eu sonho muito. Sinto muito apoio e acho que isso nos faz ir mais além. Espero uma final olímpica e o meu recorde nacional”, realçou a atleta.

No aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a atleta dos 400 metros, que é detentora do recorde nacional, com 50.59 segundos, espera ainda que França a surpreenda e que ela surpreenda a França, após ter revelado que não gosta de competir em solo gaulês.

“Espero sair feliz. Vou com uma mala cheia de sonhos e espero vir com uma mala cheia de recordações e de aprendizagens boas”, atirou, destacando ainda o trabalho de um Comité Olímpico de Portugal, “que organizou tudo ao pormenor e que pensa em tudo”.

A World Athletics, federação internacional de atletismo, anunciou na quarta-feira que o prazo de obtenção de mínimos para a participação nos Campeonatos do Mundo de Tóquio2025 começa já hoje, o que inclui as marcas já obtidas nestes Jogos Olímpicos.

“Sinceramente, passo a passo. Quero acabar Paris2024 e pensar em Tóquio2025 talvez a partir de setembro. Se vier, ótimo. Eu estou a valer recorde nacional. Se a marca de qualificação para Tóquio2025 é 50.75 e se eu fizer o recorde nacional, um mais um dá dois. Não está o objetivo delineado para isso, mas se um objetivo vier, o outro vem. É algo que espero, mas não é o meu objetivo principal”, considerou a atleta do Sporting.

Cátia Azevedo sofreu este ano a primeira lesão da carreira, aos 30 anos, entre abril e maio, o que a deixou “mais desconfortável”, mas garantiu que está mais bem preparada.

“Uma pessoa que nunca teve uma lesão, que se acha a última bolacha do pacote e que nada lhe acontece… aconteceu este ano. Eu competi menos vezes, o que me deixou um bocadinho mais desconfortável, mas consegui, neste último mês, mudar o meu ‘chip’ e estar no ‘chip’ Cátia Azevedo, com garra e ambição. Apesar das várias contrariedades durante a preparação, saio mais bem preparada ainda”, assegurou ainda, aos jornalistas.

Enfermeira de profissão, que concilia com o alto rendimento, Cátia Azevedo disse que esse é o seu sonho e que tem mantido a chama da paixão pelo atletismo “bem acesa”.

“Ser enfermeira deu-me muito mais aprendizagem e força para ser uma melhor atleta. Os meus doentes são espetaculares e tenho uma equipa fabulosa, que nos dá valores como não valorizar tanto uma derrota. Ser enfermeira sempre foi um sonho para mim. A paixão alimenta-nos, mas às vezes há mais um fogo ardente e outras vezes está mais apagado. A enfermagem tem mantido a ‘chama’ do atletismo muito acesa”, expressou.

A prova feminina dos 400 metros tem início às 10:55 de segunda-feira, com a primeira ronda, seguindo-se a prova de repescagem no dia seguinte, às 10:20. As meias-finais acontecem na quarta-feira, às 19:45, com a final marcada para 09 de agosto, às 19:00.