Quando seduziu André Villas-Boas, o Chelsea cobriu a cláusula de rescisão e levou o treinador do FC Porto por 15 milhões de euros, uma verba que dava para pagar a preparação olímpica portuguesa para os Jogos Londres2012.
Sem variação significativa de Pequim2008 para Londres2012, o investimento do Estado atingiu 14,6 milhões de euros ao longo da Olimpíada e – entre entradas e saídas do Projeto Olímpico – abrangeu cerca de 100 atletas, dos quais 77 vão estar na capital britânica a representar Portugal.
Em média, o apoio público foi de 3,65 milhões de euros por ano, menos 850 mil euros do que a Espanha investiu em 2012 somente na preparação da canoagem, que vai estar em Londres com oito elementos, apenas mais dois do que Portugal.
Por outro lado, o investimento estatal nos quatro anos de preparação é sensivelmente o dobro dos 7,2 milhões de euros que a França vai gastar só para deslocar a sua delegação com 333 atletas a Londres, sem incluir os 4,1 milhões previstos para prémios. Os custos da Missão Portuguesa a Londres, para uma comitiva com cerca de 100 pessoas, cifram-se em 500 mil euros.
Numa aritmética simplista, sem correspondência direta com a realidade, Portugal investiu uma média de 196 mil euros por cada um dos atletas presentes em Londres2012, ao longo de quatro anos, aproximadamente seis vezes menos do que a anfitriã Grã-Bretanha, um dos “gigantes” dos Jogos.
Na qualidade de anfitriã, a Grã-Bretanha terá a maior delegação dos Jogos Olímpicos, com 542 atletas, tendo gasto 640 milhões de euros na sua preparação, o que corresponde, na mesma lógica, a 1,18 milhões de euros por cada um.
Em Portugal, as bolsas olímpicas de Nível 1, atribuídas aos atletas medalhados, casos de Nelson Évora e Vanessa Fernandes em Pequim2008, são de 1.375 euros por mês, enquanto os finalistas têm direito a 1.100, os semifinalistas a 825 e os integrados por critérios do COP ou por qualificação para os Jogos recebem 550.
Os treinadores recebem o equivalente a 80 por cento da bolsa do praticante e se acumularem vários atletas auferem mais 10 por cento por cada um, até ao limite de três.
A comparticipação anual com encargos relacionados com ações de preparação e participação em competições é de 22.000 euros por atleta nos dois primeiros níveis, descendo para 18.00 no terceiro e 12.000 no último.
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