O Comité Olímpico Internacional (COI) saudou hoje a recente declaração do Movimento dos Não-Alinhados, que classifica a participação de atletas dos 206 comités nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris2024 como “um forte símbolo de união da humanidade”.

Em comunicado, o COI refere que a declaração, aprovada na quinta-feira pelo movimento, criado no pós Guerra Fria, é “um apoio aos esforços e iniciativas” que o organismo tem estado a desenvolver para permitir a participação de atletas dos seus 206 comités nacionais nas competições.

“Esta posição está totalmente alinhada com as recomendações do COI às federações internacionais de modalidade e aos organizadores das competições sobre a participação de atletas com passaportes russos ou bielorrussos”, refere o COI.

No comunicado, o presidente do organismo olímpico, Thomas Bach, agradeceu o apoio dos 120 países membros do Movimento dos Não-Alinhados, que estiveram reunidos no Azerbaijão.

“Estamos muito empenhados nesta missão unificadora dos Jogos Olímpicos. Agradeço ao presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, pela iniciativa de propor esta declaração”, afirmou Bach.

O COI lembra que em maio o G7 - que reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - também defendeu “a total autonomia das organizações desportivas” e considerou importante garantir que “os atletas russos e bielorrussos possam competir, mas não como representantes dos seus países”.

Em março passado, o COI recomendou a participação a título individual de desportistas russos e bielorrussos nas competições internacionais, sob bandeira neutra, adiando para mais tarde uma decisão sobre a participação em Paris2024.

Os Jogos Olímpicos Paris2024 vão decorrer na capital de França entre 26 de julho e 11 de agosto, estando os Jogos Paralímpicos, sobre os quais também ainda não há decisão sobre a participação de atletas dos dois países, previstos para 28 de agosto a 08 de setembro.

A invasão russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022 – justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.