O Comité Olímpico de Portugal (COP) pediu ao governo uma “situação excecional” para os atletas que preparam Tóquio2020, isentando-os das condicionantes do estado de emergência em que Portugal entra hoje.
“O COP oficiou junto do governo e falou com o Secretário de Estado da Juventude e Desporto no sentido de, se houver determinadas restrições à liberdade de circulação, para criar uma situação excecional para os atletas em preparação olímpica”, revelou José Manuel Constantino.
À Lusa, presidente do COP não quer que os atleta lusos saiam ainda mais prejudicados com a pandemia da Covid-19: “Pelo menos que possam circular e adotar as soluções alternativas que algumas federações conseguiram arranjar para minimizar o problema da preparação dos atletas”.
O presidente do COP lamentou a atitude do Comité Olímpico Internacional que “colocou nas mãos dos comités olímpicos nacionais e dos governos encontrar soluções alternativas para atletas possam treinar”.
“Isto é muito bonito, mas não é fácil de concretizar”, criticou, sobre o facto de o COI manter Tóquio2020 nas datas previstas, de 24 de julho a 09 de agosto, apesar das evidências internacionais com o alastrar da pandemia.
Face a todas as dúvidas e contingências, José Manuel Constantino admitiu que preferia que o evento fosse “adiado um ano”.
“Não tenho elementos que me permitam avaliar se a posição do COI é sustentável ou não. Está a ser assessorado pela Organização Mundial da Saúde e parto do princípio que quem está a monitorizar informa o COI do quadro à data previsível do início dos Jogos”, disse.
Ainda assim, anota o “problema” dos Jogos Olímpicos deverem ser “preparados muito antes”, recordando que “neste momento há países que não podem preparar a participação dos seus atletas”.
O novo coronavírus, que surgiu em dezembro na China e é responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.
Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes para 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.350 casos), a Espanha, com 558 mortes (13.716 casos) e a França com 175 mortes (7.730 casos).
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.
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