A recomendação do Comité Olímpico Internacional (COI) de participação de atletas russos e bielorrussos nas competições internacionais, a título individual e sob bandeira neutra, é “uma bofetada aos atletas ucranianos”, denunciou hoje a ministra alemã do Desporto.
“O desporto internacional deve condenar de forma clara a brutal guerra de agressão lançada pela Rússia. Isso só pode fazer-se excluindo completamente os atletas russos e bielorrussos”, observou Nancy Faeser, em comunicado.
O COI recomendou hoje a participação a título individual de desportistas russos e bielorrussos nas competições internacionais, sob bandeira neutra, adiando para mais tarde uma decisão sobre a participação nos Jogos Olímpicos Paris2024.
“Não há qualquer razão para que a Rússia regresse ao desporto mundial”, sustentou a ministra alemã, assinalando que “o exército russo mata, todos os dias, inúmeros ucranianos, entre os quais muitos atletas”.
Segundo explicou o presidente do COI, Thomas Bach, em conferência de imprensa, após reunião do Comité Executivo do organismo, a recomendação a federações internacionais abre a porta à participação de atletas com passaporte russo ou bielorrusso nas competições, “como neutros ou individuais”, sem permitir a presença de equipas destes países, de atletas “que ativamente apoiam a guerra” na Ucrânia e de membros das forças armadas e de segurança, mantendo ainda as sanções diretas aos Estados russo e bielorrusso.
Quanto à participação em Paris2024 (verão) e Milão-Cortina2026 (inverno), Bach atirou uma decisão sobre o assunto para “o momento apropriado”, adiando uma posição sobre a matéria, após a 'ameaça' de boicote de Ucrânia, Polónia e Países Bálticos, no dia em que abriu a porta ao regresso de atletas daqueles países aos grandes eventos internacionais.
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris2024 vão decorrer na capital de França entre 26 de julho e 11 de agosto (Olímpicos) e de 28 de agosto a 08 de setembro (Paralímpicos).
A invasão russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022 – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
Comentários