Os cavaleiros Maria Caetano, Rodrigo Torres e João Torrão compõem a primeira equipa portuguesa de sempre na disciplina de ensino a participar em Jogos Olímpicos e viajam hoje para Tóquio com muito entusiasmo e orgulho.

Os representantes portugueses, que asseguraram a quota durante o campeonato da Europa de 2019, em Roterdão, partiram às 11:10 do aeroporto de Lisboa, rumo a Londres, onde farão escala para o destino final, os Jogos Olímpicos Tóquio2020, mas antes falaram à agência Lusa, num espaço dedicado aos atletas olímpicos no local.

“Estou muito entusiasmada e muito orgulhosa de ir representar o meu país e de ter conseguido a qualificação, que é sempre tão difícil, para um evento destes. Vou com muita expectativa de ver o que se passa em Tóquio, de conhecer e competir num país tão diferente do nosso”, contou a cavaleira portalegrense Maria Caetano, de 34 anos.

Se, a nível individual, a cavaleira “gostaria de manter o nível” obtido nas qualificações e procurar alcançar “pelo menos a semifinal”, que acredita ser um objetivo “possível”, a nível coletivo colocou a fasquia entre as “oito ou seis melhores equipas do mundo”.

Para tal, competirá com o cavalo Fénix de Tineo, irmão mais novo do cavalo Coroado, com o qual se apurou para os Jogos Olímpicos e que estará ausente devido a lesão.

“O cavalo com que eu lutei durante quatro anos para estar aqui lesionou-se e o seu irmão mais novo teve de se qualificar um bocadinho à pressa. Esteve à altura do desafio e vai ele agora representar o país e o nome do irmão em que tanto apostámos, mas ele está muito bem e acho que vai estar à altura”, assegurou Maria Caetano.

Rodrigo Torres, de 44 anos, também realçou as “ótimas condições” do seu cavalo Fogoso, apesar das condições de humidade e temperatura que vão encontrar na capital nipónica, às quais é necessário um período de adaptação para o conjunto.

“Tenho o meu cavalo em minha casa, no Alentejo. Tentei, durante os últimos tempos, treinar nas horas de maior calor, para que ele estivesse um bocadinho mais habituado e não tivesse um choque tão grande, mas é óbvio que a humidade que lá está não é igual à do Alentejo. Tenho estado a descansá-lo nestes últimos dias de quarentena, na Alemanha. Espero que ele chegue lá em ótima forma”, afirmou o cavaleiro alentejano.

Os cavalos também viajam hoje para o Japão, a partir da Alemanha, sendo eles “uma peça importante” para o bom desempenho na competição, na qual Rodrigo Torres espera que a equipa possa honrar Portugal, tanto na prova individual como na coletiva.

“Para individual, [quero] fazer o melhor que consegui até hoje, tentar fazer a melhor performance possível e tentar ajudar a equipa a chegar, pelo menos, à meia-final. Era uma coisa muito boa”, sublinhou, lembrando as dificuldades causadas pela pandemia de covid-19 na viagem e nas provas, que se disputarão sem público nas bancadas.

Já João Torrão, de 28 anos, sente “um grande orgulho e uma grande adrenalina” para enfrentar a competição, apesar de “um pouco de nervosismo”, mas frisou que a equipa está preparada, tal como o cavalo Equador, com o qual já trabalha há oito anos.

“Estar nos Jogos Olímpicos já é um objetivo concretizado. É claro que lá vou tentar dar o meu melhor e fazer a melhor prova possível. Como equipa, era ótimo irmos à final, e também tentar ir à final como individual, isso era um sonho”, assumiu o cavaleiro.

Pertencer à primeira equipa portuguesa de ensino em Jogos Olímpicos, numa modalidade que já arrecadou três medalhas de bronze, nas edições de Paris1924, Berlim1936 e Londres1948, é “um feito extraordinário” e “um grande orgulho” para João Torrão.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados um ano devido à pandemia de covid-19, decorrerão entre 23 de julho e 08 de agosto.