As metas do atletismo português para Londres2012 são mais limitadas do que o habitual, com o selecionador nacional convencido que é sobretudo nas classificações até ao 16.º lugar que se vai «medir» o sucesso do conjunto dos 24 representantes luso.
«Nunca fujo ao mesmo lugar-comum, que é conseguir repetir numa grande competição o lugar que nos levou lá. Se isso se verificar, temos de estar satisfeitos», disse hoje José Barros, que espera que se «dê continuidade» nos Jogos Olímpicos Londres2012 ao conjunto de classificações de semifinalistas (os 16 primeiros) dos mais recentes Europeus e Mundiais.
Agora, será mais difícil, relembra, porque os Jogos só se disputam de quatro em quatro anos e são «o objetivo máximo dos cerca de 200 países envolvidos» e também porque Portugal não se apresenta com vários atletas que já conseguiram grandes resultados e agora estão lesionados - Francis Obikwelu, Naide Gomes, Rui Silva e o campeão do triplo salto de Pequim2008, Nélson Évora.
No caso deles, o problema é mesmo o facto de «não terem sido substituídos por ninguém», ou seja a vaga olímpica que tinham não teve nenhum substituto com mínimos.
Ainda assim, José Barros afirma que a ideia é mesmo «aumentar o número de semifinalistas», assumindo que ficar nos 16 melhores «é excelente porque é um patamar muito difícil de atingir».
De fora da ambição não está também superar os dois lugares de finalistas de Pequim2008, então com o título de Nélson Évora e o oitavo lugar de Ana Cabecinha, nos 20 km marcha.
«A preparação deste ciclo olímpico correu bem, o que aconteceu foi algo que não se pode perspetivar, as lesões de atletas que são finalistas ou medalhados», reforçou José Barros, acrescentando: «Todo o processo de preparação coordenado ou controlado pela direção técnica correu como devia, estamos com estabilidade e confiança resultante desse trabalho feito em conjunto».
A pouco mais de uma semana do arranque do atletismo nos Jogos Olímpicos, José Barros faz por ter «espírito positivo» e destaca que Portugal vai «estar em Londres com 24 atletas que vão mostrar a sua qualidade».
O contingente luso para o atletismo em Londres2012 subiu esta semana de 22 para 24 atletas com a inclusão de mais dois nomes, Luís Feiteira (maratona) e Pedro Isidro (50 km marcha), que tinham alcançado os mínimos B internacionais, mas não os fixados pelo Comité Olímpico de Portugal e Federação Portuguesa de Atletismo.
A razão das convocatórias de «última hora» prende-se com o precedente aberto na natação, em que foram convocados alguns atletas que não tinham alcançado os mínimos nacionais.
Ao saber disso, a FPA pediu que Feiteira e Isidro, que tinham sido inscritos para os Jogos como suplentes, passassem a atletas olímpicos de pleno direito e competissem nas ruas de Londres.
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