A revalidação do título olímpico de França, numa reedição da final por equipas dos Jogos de Tóquio2020, marcou hoje a despedida do judo dos Jogos Olímpicos Paris2024, edição que coroou o inigualável Teddy Riner.
Como esperado, o gigante francês, de 2,12 metros, foi a estrela mais cintilante na competição disputada ao longo de oito dias na Arena Champ-de-Mars, ao conquistar o seu terceiro ouro olímpico (Londres2012, Rio2016 e Paris2024) e a concluir com o combate decisivo na variante por equipas, para a revalidação do título coletivo.
‘Big Teddy’ não deixou escapar a comunhão com o público, na sua maioria francês, que a cada jornada encheu a Arena parisiense, quando, no último dia da competição individual, conquistou o ouro entre os pesos pesados (+100 kg).
O judoca, nascido em Guadalupe, conseguiu entrar para a história, igualando o ‘tri’ olímpico de Tadahiro Nomura (-60 kg), o único que tinha três ouros a 'solo' na modalidade (em Atlanta1996, Sydney2000 e Atenas2004).
Riner, de 35 anos, passou também a somar sete medalhas olímpicas (três ouros e dois bronzes individuais, e dois ouros por equipas), o que o torna o judoca mais medalhado de sempre em Jogos Olímpicos.
Sem surpresa, a competição em Paris veio confirmar o binómio existente na modalidade entre Japão e França, as duas grandes potências, com alguns outros ‘atrevimentos’ entre as 14 categorias masculinas e femininas.
O Japão sai destes Jogos com menor número de medalhas individuais (sete) do que a França (nove), mas com mais judocas campeões olímpicos: Natsumi Tsunoda (-48 k), Hifumi Abe (-66 kg) e Takanori Nagase (-81 kg), enquanto na França apenas Riner (+100 kg) subiu individualmente ao degrau mais alto do pódio.
Apesar de um único ouro nas 14 categorias de peso, os franceses fizeram valer o fator casa, nos gritos bem audíveis de 'allez les bleus' [vamos, azuis], para subir o número de medalhas de Tóquio para Paris, de sete para nove (um ouro, duas pratas e seis bronzes), a que juntaram uma 10.ª, mas no coletivo.
E se era esperado mais das favoritas Romane Dicko (bronze, +78 kg) e Clarisse Agbegnenou (bronze, -63 kg), ou mesmo da vice-campeã em Tóquio Madeleine Malonga (-78 kg) - eliminada ainda nos oitavos de final pela portuguesa Patrícia Sampaio (bronze) -, Gaba (35.º o mundo -73 kg, prata) e Ngayup (38.º em -90 kg, bronze) surpreenderam pela positiva.
No Japão, Hifumi Abe mostrou estar bem encaminhado para também poder vir a ser 'tri' em Los Angeles2028, com o judoca de 26 anos a revalidar o título olímpico de -66 kg, bem como o seu compatriota Takanori Nagase (-81 kg).
Em contraste, a irmã mais nova de Hifumi, Uta Abe, foi a imagem da desilusão em Paris, com a judoca, campeã olímpica em Tóquio, destroçada após a eliminação no seu primeiro combate em -52 kg, diante da futura campeã, a uzbeque Diyora Keldiyorova.
A capital francesa confirmou ainda nomes como Zelym Kotsoiev (-100 kg) e Hidayet Heydarov (-73 kg), do Azerbaijão, Lasha Bekauri (-90 kg), da Geórgia, Christa Deguchi (-57 kg), do Canadá, Barbara Matic (-70 kg), da Croácia, e Alice Bellandi (-78 kg), de Itália todos líderes mundiais nas respetivas categorias.
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