A Rússia classificou hoje como “humilhantes” as condições impostas pelo Comité Olímpico Internacional (COI) para a participação de atletas russos nos Jogos Paris2024 e acusou o organismo de estar a levar a cabo uma “campanha de neutralização”.
Na semana passada, o COI autorizou a participação de atletas russos e bielorrussos nos Jogos Olímpicos Paris2024, sob bandeira neutra e mediante a condição de não terem apoiado ativamente a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em comunicado, o COI informou que apenas 11 “atletas individuais neutros” – oito russos e três bielorrussos – estão, neste momento, qualificados para a próxima edição dos Jogos Olímpicos, da qual estes dois países se mantêm excluídos das provas por equipas.
O presidente do Comité Olímpico da Rússia considerou que “com estes critérios e parâmetros inventados, que são contrários aos princípios da Carta Olímpica, o COI lançou uma campanha intencional de neutralização dos atletas russos”.
“Estas condições artificiais e com motivações políticas, eliminam a esmagadora maioria dos nossos atletas de topo e colocam-nos numa situação de desigualdade. E eliminam a competição honesta”, afirmou Stanislav Pozdniakov.
Na quinta-feira, em conferência de imprensa, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tambem criticou a decisão do COI e acusou o organismo de ter atitudes que podem “matar o movimento olímpico”.
Vladimir Putin disse ainda que irá analisar “atentamente as condições de participação” antes de tomar uma decisão final sobre a participação, ou não de atletas russos nos Jogos Paris2024.
Depois da exclusão do desporto mundial em fevereiro de 2022, o organismo olímpico tem defendido que os atletas russos e bielorrussos não devem ser penalizados pelas ações dos governos dos seus países, autorizando a participação em Paris2024, para o qual estão qualificados cerca de 60 desportistas ucranianos.
Em Março, o COI recomendou às federações internacionais a reintegração nas suas competições de russos e bielorrussos, sob bandeira neutra, mas adiou “para um momento oportuno” a sua própria decisão sobre a presença em Paris2024 e nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, em Milão-Cortina.
O organismo olímpico esperou para avaliar o desenvolvimento das competições, considerado satisfatório, e a evolução da posição do governo ucraniano, que começou por exigir dos seus atletas o boicote de qualquer evento que envolvesse russos, antes de a suavizar, já neste verão.
Se as federações internacionais seguiram aquela recomendação de forma diversa - o atletismo ainda não aprovou a reintegração de atletas russos -, a 12.ª Cimeira Olímpica, realizada na semana passada, em Lausana (Suíça), resultou num sinal claro do mundo desportivo.
Os representantes das federações internacionais, dos 206 comités olímpicos nacionais e dos atletas apelaram a uma decisão “rápida”, a fim de permitir a presença em Paris2024 do pequeno número de atletas russos e bielorrussos que conseguiram a qualificação.
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