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Paulo Frischknecht recorda que a natação tem nos Jogos Olímpicos uma oportunidade de visibilidade única à escala mundial, só comparável ao futebol.
O presidente da Federação Portuguesa de Natação (FPN), Paulo Frischknecht, considerou, esta quinta-feira, que a participação dos nadadores olímpicos lusos em Londres2012 ficou «aquém das expectativas».
«Para a federação não foi uma participação conseguida. Não nos satisfez a participação em Londres, porque não atingimos os objetivos propostos», referiu à agência Lusa Paulo Frischknecht.
O presidente da FPN, embora ressalvando que ainda falta a prova de águas bravas, e por isso mesmo não seria justo traçar já um balanço da participação, defende que no que toca à natação pura há que tirar consequências.
«Voltámos a ter uma participação regular, mas que nos deixa aquém dos objetivos a que nos tínhamos proposto», defendeu Paulo Frischknecht, recordando que a fasquia dos resultados pretendidos estava ao nível dos alcançados por Alexandre Yokochi.
Para o dirigente, no que diz respeito a atingir as metas das meias-finais, os nadadores lusos enviaram – em linguagem futebolística – «duas bolas ao poste», por Pedro Oliveira e Diogo Carvalho, mas não é isso que o deixa satisfeito.
«Foi uma participação olímpica na linha de outras anteriores e portanto atingiu uma regularidade que nós queremos deixar, para alcançar, claramente, outro patamar», defendeu.
Paulo Frischknecht recordou que mais importante do que bater recordes nacionais, que já se encontram num plano razoável e que até agora têm norteado as participações, os objetivos dos nadadores têm que se concentrar nas classificações.
«Referi antes dos início dos Jogos Olímpicos que quem quer fazer qualquer coisa numa participação destas tem que render 110 por cento, pelo que não podemos render só 100 por cento. Em termos médios, nós tivemos uma participação na ordem dos 90 por cento», considerou.
Ainda de acordo com Paulo Frischknecht a presença nos Jogos Olímpicos obriga a que os atletas se excedam: «Temos que render 110 por cento porque 100 por cento é o que, garantidamente, os atletas de todos os países participantes farão».
«Quando a fasquia está a este nível nós temos que vir competir com este espírito e não há grandes segredos nem grandes invenções que possam ser projetadas para melhorar os resultados», justificou.
O futuro, ainda segundo o dirigente, passa por «trabalhar com os melhores», pois acredita que, no caso luso, estabelecer apenas as participações “ao nível das intenções não é suficiente”.
«Nós temos que mostrar, temos que arriscar e temos que, claramente, trabalhar. Temos que ter uma ética de trabalho fortíssima que é isso que fazem os melhores», defendeu Paulo Frischknecht.
O também ex-nadador olímpico agora presidente da FPN defende que «não há segredos»: «Por um lado não vale a pena lamentarmo-nos e por outro não vale a pena idealizar cenários que não correspondam à realidade».
«É necessário apenas fazer aquilo que fazem os melhores e trabalhar com eles», disse, recordando que, pelas suas especificidades, a participação nos Jogos Olímpicos é completamente diferente de todas as grandes competições.
Frischknecht refere que a presença nos Jogos não se pode comparar a uns campeonatos mundiais ou europeus, pelo que «quem não tem a noção do grau de competitividade, da ambição e principalmente da dificuldade de uma competição como esta estará no sítio errado«.
«Nós temos que saber aceitar as regras do jogo e temos que vir preparados para competir, nesse aspeto a federação lamenta a sua participação», refere.
A FPN, de acordo com o dirigente, «assume claramente que, de facto, não foi uma participação conseguida e que deve tirar a consequência dessa participação, porque a esperança de voltar a obter resultados que já foram alcançados no passado não foram alcançados».
«É verdade que tivemos participações individuais que satisfizeram e que até excederam e chegaram aos tais 110 por cento, mas também tivemos participações que ficaram muita aquém», disse.
Paulo Frischknecht recorda que a natação tem nos Jogos Olímpicos uma oportunidade de visibilidade única à escala mundial, só comparável ao futebol, pelo que é normal que a expectativa da comunidade aquática em Portugal saia reforçada.
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